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quarta-feira, 4 de março de 2015

Brasil fica em último lugar em inovação entre 44 países

Brasil fica em último lugar em inovação entre 44 países

Para especialista, o que falta para o Brasil ter um ambiente mais favorável aos negócios é se antecipar ao novo


Redação, www.administradores.com

iStock
Ranking inédito, composto por 44 países e elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, revela que apenas 6% dos empreendedores brasileiros investem para oferecer inovação em produtos ou serviços. Ou seja, o País ficou em último lugar, atrás de países como Uganda (12%). A burocracia, tributação elevada e custos de produção foram consideradas as principais dificuldades para a inovação.
Para o consultor de negócios e sócio-diretor da AMX Soluções em Gestão Integrada, André Miotto, o que falta para o Brasil ter um ambiente mais favorável aos negócios é se antecipar ao novo e adequar o País, a legislação e a tributação de forma a criar empreendedores que tenham a inovação como parte do cotidiano.
“O mundo inteiro tem de se repensar e se reinventar. Um bom exemplo, apesar dos problemas atuais da Europa, é a Alemanha. Há alguns anos, enxergou onde estava deixando a desejar em políticas de empreendedorismo e crescimento, fez vários ajustes na legislação trabalhista, tributária e de apoio técnico. Atualmente, é o país mais produtivo da Europa. Claro que compreendendo algumas variáveis territoriais, porém, o que vale é a transformação e a co-criação entre governos, empresa, profissionais e empresários”, analisa Miotto.
Confira sete dicas de André Miotto para estruturação dos processos empresariais a fim de alcançar plenamente capacidade para inovar:

1 - Planos de inovação baseados na estratégia de negócios

Organizações que apresentam as melhores práticas definem seus orçamentos de inovação baseados na visão de médio e longo prazo de seus portfólios e objetivos estratégicos. Trata-se da avaliação dos pontos fortes e fracos, das ameaças e oportunidades relacionadas com o ambiente que a empresa atua ou deseja atuar, focando e direcionando todos os recursos e esforços para a execução dos objetivos estratégicos e táticos, visando alcançar os níveis de desempenho planejado.

2 - Gestão das atividades de pesquisa e desenvolvimento

Só uma gestão rigorosa das atividades e informações adequadas de pesquisa e desenvolvimento garante que as alocações de recursos estejam alinhadas com as necessidades da demanda.
As empresas e os gestores devem promover a cultura e ações que estreitem e facilitem os laços de colaboração técnico-científica entre pesquisadores, instituições públicas e privadas financiadoras de projetos de pesquisa e desenvolvimento, empresários e consumidores, a fim de desenvolver ações que visem inovações científicas e tecnológicas de alto nível, favorecendo o desenvolvimento sustentável.

3 - DNA e cultura

Uma cultura institucional e corporativa que fomente, apoie e estimule a inovação é fundamental. Como qualquer mudança cultural, injetar o DNA do empreendedorismo na corrente sanguínea corporativa é um processo longo e com algumas complexidades.


4 - Sistema e ferramentas atuais e adequadas

É preciso criar e compartilhar instrumentos para viabilizar e facilitar o desenvolvimento de lançamentos. Um sistema eficiente com ferramentas atuais de gestão e planejamento fomenta a geração de conhecimento útil, prático, tempestivo e importante, além de elevar e multiplicar o aprendizado individual e coletivo do time, o que proporciona respostas mais rápidas e eficientes ao mercado.
“Sem contar que um sistema eficiente maximiza o valor da base intelectual de uma organização entre diversas áreas e em locais e mercados distintos, fortalecendo o principal produto: a marca”, diz Miotto. “O sistema e as ferramentas de gestão e acompanhamento empresarial geram e fomentam o capital intelectual, e essa é a chave que garante à organização vantagens competitivas com os clientes e mercados” explica ele.

5 - Desenvolvimento de novas incubadoras e parques tecnológicos

Os parques tecnológicos se tornam, cada vez mais, ferramentas estratégicas adequadas para o desenvolvimento econômico para o capital do conhecimento. A conexão entre a universidade e o mercado é diretamente responsável por observar, desenvolver e lançar novos produtos, acolher centros de pesquisa de médias e grandes empresas e dar apoio e suporte a novos empreendimentos a partir das incubadoras.
Além de espaço físico para a instalação de laboratórios ou escritórios, as incubadoras oferecem ambientes para reuniões, espaço para apresentação e demonstração dos produtos ou serviços e apoio consultivo e tecnológico em gestão. Dessa forma, o empreendedor se dedica totalmente às pesquisas e ao desenvolvimento do produto até que ele tenha viabilidade comercial, financeira e mercadológica.

6 - Fomentar o desenvolvimento

“Nosso país é extremamente grande, com culturas e ideias regionalizadas e variáveis que podem ser positivas ou não para o ato de empreender. Logo, a promoção e apoio à criação de cursos de capacitação para elevar as habilidades empreendedoras para micros e pequenos empresários e universitários das regiões norte, nordeste e centro-oeste deve ser tão acessível como nas regiões sul e sudeste”, comenta Miotto.

7 - Oferecer mecanismos mais simples e atualizados

“Não há crescimento econômico ou mercadológico sustentado que possa prescindir do financiamento pelo mercado de capitais. O capital empreendedor focado em investimento produtivo, no desenvolvimento de pequenas e médias empresas nacionais, deve ser popularizado no Brasil, já que somente dessa forma serão ampliados os recursos e o número de fundos que apoiam e incentivam empresas emergentes”, completa o especialista.

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