Tradicionalmente, o mundo empresarial é visto como um grande cabo de Guerra, o chamado “jogo de soma zero” em que para um ganhar, outro tem que perder: Empresas competem entrei si por dinheiro e clientes. Clientes querem melhores serviços pelo menor custo, as empresas querem oferecer serviços mais simples, por preços maiores. Um real ganho por um lado é um real perdido pelo outro. Mesmo com a crescente onda de terceirização, muitas das chamadas “parcerias” entre empresas resumem-se a tentar espremer ao máximo fornecedores e compradores, aumentando suas margens em detrimento dos parceiros.
Dessa forma, a cooperação é tida como algo não muito natural ao mundo dos negócios. Sim, empresas e equipes podem mostrar cooperação dentro delas, mas só fazem isso para continuar competindo no Mercado. Qual a melhor solução? Fábio Zugman e Michel Turtchin, autores do livro “Criatividade sem Segredos” dizem que apesar da competitividade estar enraizada no pensamento empresarial, a cooperação vem ganhando cada vez mais força.
“Uma boa competição pode melhorar o desempenho em questões relativamente claras, em que temos uma boa ideia dos objetivos e resultados, é por isso que vemos tantos efeitos positivos da competição em mercados, ou quando empresas premiam as ideias de melhorias mais promissoras de seus funcionários.”Dizem os autores. “Por outro lado, a cooperação pode ser usada em questões mais obscuras, como novos modelos de negócio”. Os autores ainda completam que, como estamos acostumados a ver o mundo empresarial como uma grande competição, há muito a ser ganho ao mudar essa visão.
Muitas das iniciativas da chamada Web 2.0 trouxeram à tona novas formas de cooperar. Empresas como o Google, Apple e Facebook montaram verdadeiros mercados para pequenas iniciativas (muitas compostas por uma ou duas pessoas) ganharem dinheiro oferecendo aplicativos, modificações, gerar receita com conteúdo e uma infinidade de formas de ganhar dinheiro para empresas dispostas a cooperar com elas.
Há ainda, espaço para iniciativas que confundem os dois termos. Os sites de compras em grupo, cada vez mais populares, são um bom exemplo: Ao se cadastrar, os usuários desses sites criam uma massa que torna atrativo a empresas oferecer descontos para vender seus produtos e serviços a preços mais baixos que o varejo normal. Por outro lado, muitas dessas ofertas possuem um limite de vendas, fazendo com que os usuários tenham que competir por elas. Sites mais tradicionais como os de leilões também fazem isso, pois enquanto seus usuários competirem entre si dando lances a produtos, sempre encontrarão vendedores dispostos a colocar seus produtos ali.
A partir da cooperação, seja na troca de informações com clientes nas mídias sociais, seja criando oportunidades para outras empresas participarem de redes, é possível criar valor: Um dono de restaurante, por exemplo, pode descobrir que seu estabelecimento tornou-se bem falado em alguma rede social que seus clientes participam – e isso pode valer mais hoje em dia que uma boa avaliação em uma mídia mais tradicional. Com isso, pode realizar pesquisas, saber melhor a opinião de seus consumidores, que pratos gostam, quais não, e assim por diante, tendo uma infinidade de informações que antes não apareciam em lugar algum. Essas informações podem então ser usadas para trazer melhorias ao atendimento.
“Damos tanta ênfase à competição no dia a dia, que é comum esquecermos da cooperação. Com certeza a competição, entre pessoas, empresas, e até ideias, tornou o mundo um lugar melhor. Mas a cooperação também tem o seu lugar. Na nossa opinião, sua importância só tende a aumentar.“ Finalizam Fábio Zugman e Michel Turtchin.
Fonte: www.carreiras.empregos.com.br
Matéria divulgada no site do Conselho Federal de Administração
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