Brasília – Relatório divulgado hoje (30) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe ( Cepal) estima que o valor das exportações dos produtos dessas regiões aumentará em 27% até o fim do ano. Além disso, o valor das importações pode aumentar 23%, o que corresponde a um superávit comercial de pouco mais de US$ 80 bilhões no período.
O estudo, intitulado Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2010-2011, aponta que a expansão é proveniente do crescimento de 9% no volume exportado e de 18% nos preços dos produtos exportados pela região. “O intercâmbio Sul-Sul, encabeçado pela China e pelo resto da Ásia emergente, é atualmente o principal motor do crescimento do comércio mundial, já que o volume das exportações dos países em desenvolvimento cresceu 17% em 2010, comparado com 13% [de crescimento no volume das exportações] dos países industrializados”.
O levantamento da Cepal alerta, no entanto, para o reflexo que a “desaceleração econômica dos países industrializados" poderá ter no comércio das nações emergentes nos próximos meses. O estudo indica que há a possibilidade de que esse fenômeno (do menor crescimento dos países desenvolvidos) seja atenuado, para os países latino-americanos e o Caribe, com o tipo de produto exportado e de mercados compradores.
De acordo com a pesquisa, para tentar driblar os efeitos da crise econômica, a região latino-americana e caribenha enfrenta a atual conjuntura desfavorável com importantes ativos e apresenta “crescimento robusto entre 2003 e 2008, forte recuperação em 2010 e um ritmo de crescimento importante em 2011, situação fiscal equilibrada, baixos níveis de inflação e de endividamento, além de reduções na taxa de desemprego e na pobreza”.
Para a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, o preocupante é que a instabilidade econômica mundial tem gerado insegurança e pode interferir nos resultados positivos. “Os níveis de volatilidade e de incerteza a nível mundial estão em patamares preocupantes. Persistem importantes desequilíbrios globais, entre eles a crise da dívida soberana de vários países europeus e a incerteza fiscal nos Estados Unidos, o que repercutirá em um enfraquecimento do comércio internacional”, disse.
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