O número de constituições de empresas vem crescendo: entre 2000 e 2005, foram formadas, em média, 143 mil empresas por ano no estado de São Paulo. Já de 2006 a 2010, essa média subiu para 190 mil, sendo que, em 2010, foram constituídas 203.878 no estado. Este dado pertence à pesquisa Cenários 2020, do Sebrae em São Paulo.
Hoje, o estado de São Paulo tem 22 habitantes para cada micro e pequena empresa, enquanto os Estados Unidos possuem dez habitantes para cada MPE, a Itália,15, e a Espanha, 17. A expectativa é que em 2020, haja 17 habitantes para cada MPE, aproximando-se da taxa atual de países mais empreendedores, como Espanha e Itália.
O estudo "Cenários e tendências para as micro e pequenas empresas (MPE) paulistas" foi elaborado com o objetivo de subsidiar a estratégia de instituições que promovem o segmento. O relatório apresenta tendências que podem influenciar o universo das micro e pequenas empresas paulistas nos próximos anos e traça um cenário sobre a evolução desses negócios até 2020.
"Em termos setoriais, deve-se destacar o expressivo crescimento da abertura de empresas no setor de serviços", pontua Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae em São Paulo. Em 2000, a distribuição das empresas constituídas na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) foi a seguinte: comércio (61%), serviços (28%) e indústria (11%). Em 2010, 46% das empresas formadas foram do setor de serviços, enquanto 41% pertenciam ao comércio e 13% à indústria.
As estatísticas apresentadas acima não incorporam o empreendedor individual (EI). Considerando o EI, o número de constituições de empresas no estado de São Paulo foi de 353,1 mil em 2010. "Neste ano, foram constituídos 149.222 empreendedores individuais no estado de São Paulo", afirma Bruno Caetano, superintendente do Sebrae.
Atividades com maior participação em cada setor
A Pesquisa Cenários 2020 aponta também as atividades com maior presença e maior índice de crescimento dentro dos setores. No comércio, destacam-se as de varejo de vestuário, que representam 9,9% do setor e têm um aumento de 4,9% ao ano no número de MPE; varejo de materiais de construção, com participação de 6,5% e crescimento médio anual de 3,1%; e comércio de autopeças, com 6,6% de participação relativa no setor e crescimento de 3,4% ao ano.
No setor de serviços, a atividade serviços de alimentação possui 19,4% de participação e cresce 3,3% ao ano; serviços de escritório e apoio administrativo representam 11,5% do setor, com taxa de crescimento de 6,7%. Destaca-se também a atividade de transporte terrestre, com 9,2% de participação e crescimento médio anual de 4,8%.
Já no setor da indústria, a construção representa 15,3% no número de MPE, com taxa de crescimento anual de 8,8%; confecção de artigos de vestuário tem 14% de participação no setor e cresce 1,7% ao ano; evidenciam-se também serviços especializados para construção, com 12,4% de participação no setor e a maior taxa de crescimento médio,15,5% ao ano.
População empreendedora deve chegar a 6 milhões em 2020
Os empreendedores no estado de São Paulo, formalizados ou não, podem ser segmentados nos que trabalham com empregados (empregadores) e sem empregados (por conta própria). De acordo com a pesquisa PNAD/IBGE há 1,1 milhão de empregadores no estado de São Paulo (2009) e 3,3 milhões de "conta própria". "Em 2020, espera-se 1,5 milhão de empregadores e 3,7 milhões de empreendedores por conta própria no estado", destaca Bruno Caetano.
O Sebrae em São Paulo estima que atualmente existam cerca de 657 mil candidatos a empreendedor (pessoas com intenção de iniciar um empreendimento no período de um ano). Em 2020, projeta-se a existência de 787 mil com esta finalidade. "Dessa forma, estima-se que atualmente a população empreendedora do estado de São Paulo é da ordem de 5 milhões de pessoas, devendo chegar a 6 milhões em 2020", reflete o consultor Pedro Gonçalves.
Mulheres empreendem cada vez mais
A perspectiva é que a participação da mulher na População Economicamente Ativa (PEA) do estado de São Paulo cresça até 2020, saindo da taxa atual de 45% para 49%. Já o número de mulheres à frente de empreendimentos tende a crescer de forma mais expressiva. "Mantido o ritmo de crescimento dos últimos anos, a participação das mulheres como empregadoras (donas de empreendimentos com empregados) deverá passar de 31% em 2009 para 42% em 2020", declara Gonçalves. Para o mesmo período, a participação das mulheres que trabalham por conta própria (sem empregados) deverá crescer de 38% para 47%.
Fonte: Matéria publicada no site www.administradores.com.br
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