Novos comportamentos provocam mudanças no mundo corporativo
Em 2013, algumas
habilidades poderão melhorar sua vida profissional, como ser flexível,
trabalhar em equipe, ter visão empreendedora, ser assertivo, e ainda
outras. Mas, além dessas, outra questão que tem feito líderes buscarem o
Coaching trata da habilidade de lidar e liderar a Geração Y.
A Geração Y contempla os nascidos de
meados da década de 1970 até meados da década de 1990 (segundo outros
teóricos da Sociologia, no entanto, seriam apenas os nascidos após
1980). A Geração Y também é chamada de "Geração do Milênio" ou "Geração
da Internet", sendo sucedida pela geração Z.
E essa Geração está dando o que falar
no mundo corporativo, por demonstrar comportamentos não muito bem vistos
ou aceitos pelas duas gerações anteriores: Geração X (nascidos entre
1960 e 1979) e Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1964), que
normalmente ocupam cargos mais altos nas empresas. Essa não aceitação
das diferenças é que está trazendo estresse e conflitos para a
ambiência: justamente quando as duas gerações anteriores ainda estão
ativas e a Y começa a sua carreira, muitas vezes no primeiro emprego.
Alguns dos comportamentos da Geração Y observados, pelo que relatam clientes e as áreas de Recursos Humanos, são:
1 Imediatismo, tanto quando se trata de obter respostas rápidas quanto na atitude na hora de pedir um aumento ou promoção.
2 Multitarefas: são
totalmente "plugados", não separam lazer e comunicação na hora em que
desempenham suas tarefas - podendo ouvir música, postar fotos no "Face" e
preencher relatórios simultaneamente.
3 Consciência da
abundância de oportunidades, que gera a não fidelidade ao cargo e à
corporação. Quando recebem convites para realizar atividades que parecem
mais interessantes, simplesmente "vão embora", com menos barreiras de
saída. Julgar algo "mais interessante" pode envolver mais dinheiro ou
não, às vezes a chance de usar a criatividade é o que mais atrai.
4 Não valorização da experiência prática das gerações anteriores, por considerarem que tudo pode ser buscado no Google.
5 Excesso de
autoconfiança que advém da confusão entre o conhecimento que adquiriram
na internet e nas redes sociais, com o conhecimento prático alcançado
por meio da experiência no ramo.
6 Visão não
hierárquica de posições, salários e da distribuição de benefícios na
empresa. Tendência a não qualificar autoridades nas quais não reconheçam
"mérito".
7 Inquietude quando
não concordam, não hesitando em expressar seu inconformismo e não
aceitando decisões do tipo "top-down" (impostas pelas chefias).
8 Falta de concentração quando o assunto é longo e não transmitido de forma interativa.
9 Foco total quando
estão "fazendo o que gostam", podendo virar noites trabalhando para
criar estratégias, jogos e novas interações, principalmente quando têm
permissão de usar redes sociais no trabalho.
10 Falta de clareza do que é público e do que deve ser mantido privado no ambiente corporativo.
Obviamente que nem sempre vamos
encontrar todas as características acima nas pessoas dessa geração, pois
o ambiente em que está inserido influencia mais o jovem do que o fato
de pertencer a essa ou àquela geração. Empregados da Geração Y que atuem
por dois ou três anos numa empresa de cultura muito arraigada - uma
farmacêutica alemã, por exemplo - poderão demonstrar comportamentos mais
semelhantes aos de seus pares do que aos de outros jovens de empresas
diferentes.
O desafio maior fica nas mãos das
lideranças diretas, que reconhecem o valor de um empregado que parece
estar "sempre motivado" (já que quando estão insatisfeitos, reclamam e
tomam logo outro rumo, caso não vejam medidas imediatas), mas que gera
desgastes ao enviar fotos suas em festas para o diretor da empresa,
julgando que é seu amigo apenas porque o adicionou no Facebook, por
exemplo.
Então, como exercer liderança ou lidar
com jovens que não parecem valorizar o significado da palavra
hierarquia? Algumas soluções que já vêm sendo usadas no Brasil são:
Estimule-os a encontrar soluções para
os problemas no dia-a-dia de forma colaborativa, utilizando todos os
meios eletrônicos que estejam habituados a usar.
Explique na contratação qual é o plano
de carreira da empresa e como se dá o processo de promoção para não
gerar expectativas frustradas e a consequente perda do investimento que
já foi feito em sua contratação.
Dê a eles novos desafios e mais responsabilidades, principalmente se na empresa não houver plano de carreira definido.
Quando for delegar, faça o
passo-a-passo junto com eles para checar o entendimento do que precisa
ser feito e garantir que a delegação seja eficaz.
Quando der feedback, seja direto, mas
faça mais perguntas do que fale, usando técnicas de Coaching para
aproveitar melhor suas ideias e participação.
Crie atividades de jogos,
competições e concursos de criatividade envolvendo as atividades diárias
para que seu compromisso com os prazos e entregas aumente.
Crie um ambiente para que empreguem
suas habilidades tecnológicas e artísticas e elogie sempre que houver
evidências comprovadas de ganhos para a área.
Caso atue em RH, crie políticas específicas com linguagem adequada para reter os talentos dessa geração.
O futuro já chegou e ele se chama
Geração Y, com suas características peculiares. E a próxima pergunta que
o mundo corporativo terá que fazer será: "o que é liderança?". Parece
que ninguém ainda tem a resposta. Mas se você já é um líder da Geração
Y, uma dica é olhar pelo ponto de vista das outras gerações, buscando
ouvi-las e somar experiências que criem um belo estoque de conhecimento
para sua empresa.
Fonte: Personare
Matéria publicada no site do Conselho Federal de Administração
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