Para a IBM os próximos cinco anos irão constituir a "era dos sistemas
cognitivos". Essa nova geração de máquinas irá aprender, adaptar-se,
sentir e começar a perceber o mundo como ele realmente é. As previsões
deste ano se concentram em um elemento da nova era: a capacidade dos
computadores de imitar os sentidos humanos do seu próprio jeito – ver,
cheirar, tocar, provar e ouvir.
As previsões foram divulgadas na 7ª edição anual do "IBM 5 em 5"
(#ibm5in5) – uma lista que revela quais serão as cinco inovações
tecnológicas que irão mudar o modo como as pessoas trabalham, vivem e
interagem nos próximos cinco anos. O estudo é baseado em tendências do
mercado e sociedade, bem como em tecnologias emergentes dos laboratórios
de pesquisa e desenvolvimento da companhia em todo o mundo.
Essas capacidades sensoriais das máquinas, acredita a empresa,
ajudarão as pessoas a ficar mais conscientes, produtivos e a pensar –
mas sem pensar por nós. Os sistemas de computação cognitivos permitirão
enxergar através da complexidade, acompanhar o ritmo das informações,
tomar decisões assertivas, melhorar a saúde, ter qualidade de vida e
romper todo tipo de barreira, incluindo distância geográfica, idioma,
custo e inacessibilidade.
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Capacidades sensoriais das máquinas ajudarão as pessoas a ficar mais
conscientes, produtivos e a pensar – mas sem pensar por nós...
espera-se (imagem: Shutterstock) |
"Os cientistas da IBM de todo o mundo estão colaborando em avanços
que ajudarão os computadores a entender o mundo em volta deles", diz
Fabio Gandour, Cientista-Chefe da IBM Brasil. "Assim como o cérebro
humano depende do uso de múltiplos sentidos para interagir com o mundo,
ao juntar combinações desses avanços, os sistemas cognitivos oferecerão
valor e conhecimento ainda maiores, nos ajudando a resolver alguns dos
desafios mais complexos", explica.
Confira abaixo as cinco previsões que definirão o futuro:
1. Toque: você poderá tocar através do seu telefone
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(imagem: Shutterstock) |
Imagine usar seu smartphone para comprar um vestido de casamento e
poder sentir a seda do vestido, ou a renda do véu, tudo pela superfície
da tela. Ou, até mesmo, sentir as miçangas e o trançado de um lençol
feito por um artesão local a meio mundo de distância. Em cinco anos,
segmentos como o de varejo serão transformados pela capacidade de
"tocar" um produto através do seu dispositivo móvel.
Os cientistas da IBM estão desenvolvendo aplicativos para setores
como o de varejo e saúde, usando tecnologias sensíveis hápticas, de
infravermelho e pressão, para simular o toque. Sendo assim, quando um
comprador passar o dedo pela imagem de um item na tela de um
dispositivo, será possível sentir a textura e outras características
sensíveis ao toque. Usando as capacidades de vibração do telefone, cada
objeto terá um conjunto único de padrões de vibração que representam a
experiência do toque: padrões curtos e rápidos, ou sequências mais
fortes de vibrações. O padrão de vibrações será capaz de diferenciar
materiais, ajudando a simular a sensação física de realmente tocá-lo.
Os usos atuais de tecnologia háptica e gráfica no segmento de jogos
levam o usuário final para um ambiente simulado. A oportunidade e o
desafio aqui são tornar a tecnologia tão onipresente e interconectada
nas experiências do dia a dia que ofereça mais contexto para nossas
vidas, tecendo a tecnologia em torno das pessoas. Essa tecnologia se
tornará disseminada em nosso cotidiano, transformando telefones móveis
em ferramentas para interação natural e intuitiva com o mundo que nos
cerca.
2. Visão: um pixel equivalerá a milhares de palavras
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(imagem: Shutterstock) |
Tiramos 500 bilhões de fotos por ano e, por minuto, 72 horas de vídeo
são colocadas no Youtube. Segundo previsões globais e estudo do cenário
competitivo do mercado de imagens, realizado pela MarketsAndMarkets,
estima-se que o mercado global de imagens de diagnóstico médico cresça
para US$26,6 bilhões até 2016. Os computadores atualmente apenas
entendem imagens pelos textos que usamos para tags ou títulos; a maioria
das informações – o conteúdo efetivo da imagem – é um mistério.
Nos próximos cinco anos, os sistemas não apenas conseguirão enxergar e
reconhecer o conteúdo de imagens e dados visuais, como também
transformarão os pixels em significado, sendo capazes de entendê-los de
forma similar ao modo como uma pessoa vê e interpreta uma fotografia. No
futuro, capacidades "cerebrais" permitirão que os computadores analisem
características como cor, padrões de textura ou informações de borda,
extraindo conhecimento de mídia visual. Isso terá um impacto profundo em
segmentos como saúde, varejo e agricultura.
Essas funcionalidades poderão ser aproveitadas na área de saúde para
analisar volumes maciços de informações médicas, como imagens de
ressonância magnética, varreduras de tomografia computadorizada, raios X
e imagens de ultrassom, para capturar informações ajustadas para
anatomias ou patologias específicas. O que é crítico nessas imagens pode
ser sutil ou invisível para o olho humano, exigindo análise cuidadosa.
Ao ser treinado para buscar elementos específicos – tais como a
diferença entre tecido saudável e doente – e correlacionar isso com
históricos de paciente e textos científicos, os sistemas capazes de
"enxergar" ajudarão os médicos a detectarem problemas com muito mais
velocidade e precisão.
3. Som: os computadores escutarão o que é importante
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(imagem: Shutterstock) |
Já desejou entender os sons em volta de você e ser capaz de compreender o que não está sendo dito?
Um sistema distribuído de sensores inteligentes irá detectar
elementos de som, como pressão, vibrações e ondas sonoras, em diferentes
frequências. Ele interpretará esses dados para prever quando árvores
cairão em uma floresta ou quando um deslizamento é iminente. Este
sistema "escutará" o ambiente e medirá movimentos para alertar de
perigos futuros.
Sons brutos serão detectados por sensores, assim como seriam por um
cérebro humano. Um sistema que recebe esses dados levará em conta outras
"modalidades", tais como informações visuais ou táteis, classificando e
interpretando os sons com base no que aprendeu. Quando novos sons forem
detectados, o sistema formará conclusões baseadas em conhecimento
anterior e na capacidade de reconhecer padrões.
A "fala de bebês", por exemplo, será entendida como uma linguagem,
dizendo aos pais ou médicos o que estão tentando comunicar. Os sons
podem ser um gatilho para interpretar o comportamento ou necessidades de
um bebê. Ao ser ensinado sobre o que os sons do bebê significam – se o
choro significa que o bebê está com fome, calor, cansaço ou dor – um
sistema sofisticado de reconhecimento de voz correlacionará os sons com
outras informações sensoriais ou fisiológicas, tais como batimento
cardíaco, pulso e temperatura.
Ao aprender sobre emoções e ser capaz de perceber humores, os
sistemas identificarão aspectos de uma conversa e analisarão tom,
tonicidade e hesitações para nos ajudar a ter diálogos mais produtivos,
melhorando interações de centrais de atendimento ao cliente ou nos
permitindo interagir com diferentes culturas.
4. Paladar: papilas gustativas digitais ajudarão você a comer de forma mais inteligente
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(imagem: Shutterstock) |
E se pudéssemos fazer comida saudável ter um gosto delicioso usando
um tipo diferente de sistema de computação construído para a
criatividade?
Os pesquisadores da IBM estão desenvolvendo um sistema de computação
que efetivamente experimenta sabores, para ser usado por chefs para
criar as receitas mais inovadoras e saborosas. Ele detalhará
ingredientes até seu nível molecular e misturará a química de compostos
alimentares com a psicologia de quais sabores e cheiros as pessoas
preferem. Ao comparar isso com milhões de receitas, o sistema será capaz
de criar novas combinações de sabor, unindo diversos alimentos. Um
sistema como esse também pode ser usado para nos ajudar a comer de forma
mais saudável, criando combinações novas de sabores que nos farão
desejar uma caçarola de legumes ao invés de batata frita.
Computadores serão capazes de usar algoritmos para determinar a
estrutura química exata de alimentos e o motivo das pessoas preferirem
certos sabores. Esses algoritmos examinarão como elementos químicos
interagem uns com os outros, a complexidade molecular de compostos do
paladar e sua estrutura de ligação, usando essas informações combinadas a
modelos de percepção para prever a atratividade de sabores.
Esta tecnologia não apenas tornará alimentos saudáveis mais
palatáveis, como também nos surpreenderão com combinações atípicas de
alimentos, efetivamente projetadas para maximizar nossa experiência de
paladar e sabor. No caso de pessoas com dietas especiais, como
indivíduos com diabetes, por exemplo, o sistema desenvolverá sabores e
receitas para manter o açúcar no sangue regulado, ao mesmo tempo em que
satisfaz o desejo por doces.
5. Cheiro: os computadores terão um senso de olfato
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(imagem: Shutterstock) |
Minúsculos sensores embutidos ao seu computador ou celular detectarão
se você está prestes a desenvolver alguma doença. Ao analisar odores,
biomarcadores e milhares de moléculas na respiração de uma pessoa, os
médicos terão ajuda para o diagnóstico e monitoramento do início de
problemas de saúde, tais como problemas no fígado e rins, asma, diabetes
e epilepsia, detectando quais cheiros são normais e quais não são.
Atualmente, os cientistas da IBM já estão detectando condições e
gases ambientais para preservação de obras de arte. Essa inovação está
começando a ser aplicada para ajudar na higiene clínica, um dos maiores
desafios atuais da área de saúde. Nos próximos anos, a tecnologia da IBM
será capaz "cheirar" superfícies para identificar desinfetantes,
determinando quais salas estão limpas. Usando redes inovadoras wireless
de "malha", dados sobre diversos elementos químicos serão coletados e
medidos por sensores, que aprenderão continuamente e se adaptarão a
novos cheiros ao longo do tempo.
Graças aos avanços em tecnologias de sensor e comunicação, combinados
a sistemas de aprendizado profundo, os sensores podem medir dados em
lugares que antes pareciam impensáveis. Sistemas de computação podem ser
usados na agricultura para "cheirar" ou analisar a condição de solo de
cultivos. Em ambientes urbanos, essa tecnologia será usada para
monitorar problemas com detritos, saneamento e poluição, ajudando
agências municipais a identificar problemas potenciais antes que saiam
do controle.
Fonte: www.administradores.com.br