Mais de 15 mil empresas
brasileiras de pequeno porte possuem negócios no exterior. A África e a
América Latina estão, cada vez mais, com as portas abertas para os
produtos fabricados no Brasil
Gilvânia Banker
JOÃO MATTOS/JC
Gaúchos de diferentes atividades buscam
clientes além das fronteiras do Brasil
|
Exportar exige conhecimento e é um
desafio ainda maior às micro, pequenas e médias empresas, que precisam
investir em qualificação pessoal e aumentar sua capacidade de produção.
Mas, quando os desafios são superados, podem trazer muitos benefícios.
Pelo menos essa é a aposta do coordenador do Projeto Extensão Industrial
Exportadora (Peiex), da Apex Brasil, Tiago Terra.
De olho no mercado globalizado, a MVM Indústria e Comércio de Revestimentos Sintéticos Ltda, de Eldorado do Sul, começou, em 2010, com apoio da Peiex, a dar seus primeiros passos para o mundo. Especializada em mantas isolantes térmicas e acústicas, fitas térmicas autoadesivas e telas de proteção para construção civil, sua primeira experiência em exportação foi com Cuba, que comprou manta térmica para telhados de casas pré-fabricadas.
De acordo com o sócio e diretor comercial, Martin Sá Martins, o mercado externo representa apenas 10% do faturamento da fábrica, mas a expectativa deste ano é de aumentar em 30%, com foco nos Estados Unidos, Canadá, Europa e América do Sul, em especial a Argentina.
Mas nada acontece de uma hora para outra, e exportar necessita preparação. A MVM, por exemplo, precisou de um ano até se adaptar à nova rotina de comercializar para fora do País. “Melhoramos o controle da qualidade, tanto na produção quanto na administração, no rastreamento da mercadoria, desde a matéria-prima até o cliente, e a formação de preço de venda de exportação”, diz o diretor, que se sentiu seguro com a ajuda da Peiex. “Espero que mais empresas possam se utilizar dessa experiência positiva e busquem a ajuda para se expandir”, recomenda.
“Para crescer é preciso se capacitar e planejar”, orienta o coordenador do Peiex, Tiago Terra. Diagnóstico realizado pela entidade sobre as dificuldades das empresas em exportar, demonstram que 60% estão na qualificação da gestão. O contato com culturas diferentes, com outra mentalidade e todas as suas diferenças, acaba interferindo diretamente nos padrões das empresas. Dessa forma, garante Terra, elas se tornam mais competitivas também no mercado interno. Portanto, ele aconselha que os empresários busquem consultorias e subsídios que venham a melhorar a gestão de seus negócios.
Conhecer o destino do produto, saber se ele teria aceitação, entender as diferenças, a legislação e a língua do país destinatário são requisitos básicos para iniciar um processo de exportação. De acordo com Terra, muitas empresas precisam modificar o design e a cor do produto ou da embalagem a fim de que possam ser aceitos, sem agredir a filosofia do lugar. Seguir os padrões internacionais orientados pelas agências e institutos, como a Anvisa ou o Inmetro, por exemplo, facilita nas negociações. “Isso a levará ao mercado externo e vai aumentar sua competitividade interna”, garante Terra.
É importante, ainda, um bom catálogo dos seus produtos, que ela se preocupe com o marketing e faça as adequações necessárias e, principalmente, tenha certificação. Além disso, existem exigências com relação à Receita Federal e outros órgãos federais e fiscalizadores que precisam ser vistos por uma pessoa ou entidade especializada. De acordo com Terra, os maiores obstáculos para entrar em um novo mercado são: adequações do produto, certificações e a burocracia local.
O Brasil, comenta Terra, é um dos maiores exportadores de commodities, mas as micro, pequenas e médias empresas, apesar da concorrência com os chineses, vendem muitos calçados, vestuário e acessórios. Na área de alimentos, o carro-chefe são as carnes.
Pequenos exportaram acima de US$ 10 bilhões em 2011
Ao
contrário do que muita gente pensa, o porte de uma empresa não
interfere na exportação. De acordo com dados da Apex Brasil, as micro,
pequenas e médias empresas brasileiras foram responsáveis, em 2011, pelo
volume de US$ 10,8 bilhões em negócios com outros países, sendo que,
deste total, R$ 2 bilhões referem-se ao comércio realizado somente pelos
micro e pequenos empreendedores. Na opinião do coordenador do Projeto
Extensão Industrial Exportadora (Peiex) da Apex Brasil, Tiago Terra,
qualquer produto pode ser comercializado internacionalmente. A vantagem
de uma grande empresa, explica, está apenas na capacidade de
investimentos. “Trabalhamos com o conceito de maturidade. As
oportunidades estão aí para todos”, reforça.
O câmbio é um fator de grande influência nos negócios, e Terra aconselha as companhias a procurarem mercados mais acessíveis, como a América Latina e África. “A África está em reconstrução e está abrindo portas ao setor da construção civil”, alerta.
As políticas públicas podem e favorecem muito a abertura do comércio internacional. “O governo federal tem feito muita coisa, a maioria dos produtos exportados não tem impostos, e ele tem baixado os tributos no mercado interno, mas ainda temos muita burocracia”, ressalva. Ele diz que ainda existem muitos entraves ao enviar uma mercadoria para fora do País.
O câmbio é um fator de grande influência nos negócios, e Terra aconselha as companhias a procurarem mercados mais acessíveis, como a América Latina e África. “A África está em reconstrução e está abrindo portas ao setor da construção civil”, alerta.
As políticas públicas podem e favorecem muito a abertura do comércio internacional. “O governo federal tem feito muita coisa, a maioria dos produtos exportados não tem impostos, e ele tem baixado os tributos no mercado interno, mas ainda temos muita burocracia”, ressalva. Ele diz que ainda existem muitos entraves ao enviar uma mercadoria para fora do País.
Dicas para aproveitar melhor o mercado externo
- Atenção às leis brasileiras e às de cada país
- Ter capital de investimento. Calcular o risco envolvido no processo e, a partir disso, verifique se a exportação é viável
- Muitos países impõem barreiras comerciais na entrada de determinados produtos. Estudar o mercado e analisar a viabilidade da operação
- Pesquisar o mercado internacional. Verificar e avaliar quem são os concorrentes externos ou mesmo internos que realizam a mesma operação
- É importante conhecer a cultura de cada país, os costumes locais e o padrão de renda em um novo mercado
- Verificar a logística, onde a mercadoria vai embarcar e desembarcar, o valor do frete e não se esquecer de fazer o seguro para o transporte da carga
- Buscar algum tipo de auxílio especializado
Fonte: ABN8 TRADING
Segmento de móveis cresce 1,1% em 2012
Embora
a crise norte-americana tenha desequilibrado a balança das exportações
brasileiras, as empresas conseguiram mudar o foco abrindo novos
mercados. O setor moveleiro no Rio Grande do Sul, por exemplo, se
destacou em 2012 com saldo positivo. O crescimento foi de 1,1% no
comparativo com os valores registrados em 2011, de acordo o presidente
da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs),
Ivo Cansan. Segundo ele, o Estado foi o único do País a obter
crescimento em comparação com 2011 e exportou US$ 205,7 mil.
O Rio Grande do Sul, de acordo com a entidade, também registrou o maior percentual na participação das exportações brasileiras, com 28,4%, e lidera o ranking nacional dos estados por valor exportado, seguido por Santa Catarina e São Paulo, que registraram queda nos números no comparativo com o ano anterior. O Brasil exportou US$ 723,37 milhões e encerrou 2012 com uma queda negativa de 5,2% em relação ao ano anterior. “Iniciamos 2012 com câmbio ruim e só começou a mudar entre abril e maio”, lamenta Cansan. Segundo o presidente, muitas companhias do setor desanimaram e não seguiram em frente com a comercialização.
O Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), criado pelo governo federal em 2011, foi um incentivo às corporações exportadoras. O programa prevê a desoneração de resíduos de tributos indiretos, tais como Cide, IOF, PIS e Cofins sobre os produtos industrializados brasileiros exportados. Além disso, na opinião de Cansan, a desoneração da folha de pagamento do setor moveleiro contribuiu muito para que as instituições pudessem se organizar internamente e investir em mercados mais amplos. “Com essa formatação de hoje, qualquer sinal de recuperação da economia norte-americana e europeia, certamente daremos um salto”, ressalta otimista o presidente. Os dados devem servir de estímulo à indústria moveleira gaúcha, pois, no Estado, de acordo com o presidente da Movergs, existem aproximadamente 2,7 mil empresas e apenas 250 delas exportam, ou seja, menos de 10%.
Diante das dificuldades de negócios, a empresa Multimóveis Indústria de Móveis Ltda, de Bento Gonçalves, não se intimidou e, desde 1995, ano em que abriu suas portas, passou a exportar móveis para o Uruguai. A primeira experiência positiva foi suficiente para que, em pouco tempo, a produção fosse embarcada para os cinco continentes, em 45 países.
De acordo com o gerente de exportação da fábrica, Marcelo Zortea, o início não foi tão fácil quanto parece, mas a participação em feiras internacionais ajudou a conhecer o mercado externo. Responsável por 25% do faturamento da companhia, o comércio exterior provocou também mudanças administrativas que agregaram valor. Com foco na qualidade, perceberam que o produto poderia ser melhorado. “O mercado externo é bem mais exigente, principalmente no que se refere à embalagem, e isso nos ajudou também na venda dentro do País. A principal mudança foi o desenvolvimento de uma cultura de exportação”, destaca o gerente.
O Rio Grande do Sul, de acordo com a entidade, também registrou o maior percentual na participação das exportações brasileiras, com 28,4%, e lidera o ranking nacional dos estados por valor exportado, seguido por Santa Catarina e São Paulo, que registraram queda nos números no comparativo com o ano anterior. O Brasil exportou US$ 723,37 milhões e encerrou 2012 com uma queda negativa de 5,2% em relação ao ano anterior. “Iniciamos 2012 com câmbio ruim e só começou a mudar entre abril e maio”, lamenta Cansan. Segundo o presidente, muitas companhias do setor desanimaram e não seguiram em frente com a comercialização.
O Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), criado pelo governo federal em 2011, foi um incentivo às corporações exportadoras. O programa prevê a desoneração de resíduos de tributos indiretos, tais como Cide, IOF, PIS e Cofins sobre os produtos industrializados brasileiros exportados. Além disso, na opinião de Cansan, a desoneração da folha de pagamento do setor moveleiro contribuiu muito para que as instituições pudessem se organizar internamente e investir em mercados mais amplos. “Com essa formatação de hoje, qualquer sinal de recuperação da economia norte-americana e europeia, certamente daremos um salto”, ressalta otimista o presidente. Os dados devem servir de estímulo à indústria moveleira gaúcha, pois, no Estado, de acordo com o presidente da Movergs, existem aproximadamente 2,7 mil empresas e apenas 250 delas exportam, ou seja, menos de 10%.
Diante das dificuldades de negócios, a empresa Multimóveis Indústria de Móveis Ltda, de Bento Gonçalves, não se intimidou e, desde 1995, ano em que abriu suas portas, passou a exportar móveis para o Uruguai. A primeira experiência positiva foi suficiente para que, em pouco tempo, a produção fosse embarcada para os cinco continentes, em 45 países.
De acordo com o gerente de exportação da fábrica, Marcelo Zortea, o início não foi tão fácil quanto parece, mas a participação em feiras internacionais ajudou a conhecer o mercado externo. Responsável por 25% do faturamento da companhia, o comércio exterior provocou também mudanças administrativas que agregaram valor. Com foco na qualidade, perceberam que o produto poderia ser melhorado. “O mercado externo é bem mais exigente, principalmente no que se refere à embalagem, e isso nos ajudou também na venda dentro do País. A principal mudança foi o desenvolvimento de uma cultura de exportação”, destaca o gerente.
Legislações diferentes confundem empresários
Cada produto poderá implicar lei específica, até mesmo para a embalagem
Emaranhados de normas específicas de cada destino podem complicar os negócios. |
ANTONIO PAZ/JC
Uma
empresa nacional, sendo micro ou pequena empresa, por mais que tenha
uma simplificação e um incentivo ao comércio exterior, o mais complicado
na exportação é atender à legislação do país que vai receber a
mercadoria. Uma empresa que vai exportar para três países, cada um deles
terá uma legislação diferente. “Se ela está exportando insumo ou o
produto finalizado, terá que obedecer a todas as regras daquele país”,
alerta o advogado tributarista e especialista em direito empresarial,
sócio e diretor jurídico do escritório Gianelli Martins Advogados,
Daniel Radici Jung.
Cada produto poderá implicar lei específica, até mesmo para a embalagem. “Para alimentos, as questões sanitárias são mais rígidas, em especial nos Estados Unidos, que após o ataque do dia 11 de setembro, determinou regras mais severas para entrada de alimentos”, observa Jung.
Na questão das micro e pequenas empresas, de acordo com o especialista, a saída dos produtos do Brasil possui uma simplificação em termos de procedimentos aduaneiros e tributários.
A Constituição Federal, explica, determina que os empreendimentos de pequeno porte tenham sempre um tratamento diferenciado. O maior obstáculo, na opinião do advogado, é atender às regras. Segundo ele, existem diversos pormenores que devem ser pensados antes de se iniciar o processo, até mesmo, com relação à entrada de dinheiro estrangeiro.
Um aspecto importante é o contrato entre as partes, que necessita de um embasamento jurídico, para que o empresário tenha segurança do recebimento na tramitação comercial. Mesmo assim, exportar é mais fácil que importar em razão da complexa legislação brasileira e da alta carga tributária.
Cada produto poderá implicar lei específica, até mesmo para a embalagem. “Para alimentos, as questões sanitárias são mais rígidas, em especial nos Estados Unidos, que após o ataque do dia 11 de setembro, determinou regras mais severas para entrada de alimentos”, observa Jung.
Na questão das micro e pequenas empresas, de acordo com o especialista, a saída dos produtos do Brasil possui uma simplificação em termos de procedimentos aduaneiros e tributários.
A Constituição Federal, explica, determina que os empreendimentos de pequeno porte tenham sempre um tratamento diferenciado. O maior obstáculo, na opinião do advogado, é atender às regras. Segundo ele, existem diversos pormenores que devem ser pensados antes de se iniciar o processo, até mesmo, com relação à entrada de dinheiro estrangeiro.
Um aspecto importante é o contrato entre as partes, que necessita de um embasamento jurídico, para que o empresário tenha segurança do recebimento na tramitação comercial. Mesmo assim, exportar é mais fácil que importar em razão da complexa legislação brasileira e da alta carga tributária.
Crise na Argentina e Venezuela influencia vendas da Piccadilly
Uma
das maiores fabricantes de calçados femininos do País, com sete
fábricas no Rio Grande do Sul, a Piccadilly sofreu, no ano passado, com
os embargos da crise econômica e política dos seus maiores compradores, a
Argentina e a Venezuela. Historicamente, as exportações representavam
30% das vendas da empresa, de um faturamento médio de 9,5 milhões em
venda de pares no mercado interno e externo. De acordo com a diretora de
exportação da Piccadilly, Micheline Grings Twigger, a companhia vende
para mais de 90 países, mas só a Argentina responde por metade do
faturamento no mercado internacional. “Em 2012, sofremos muito e, pela
primeira vez, tivemos uma queda expressiva”, lamenta.
A diretora conta que a linha de produtos exportados é a mesma do mercado brasileiro. “Somos líderes em mais de 17 países em calçados femininos e, recentemente, introduzimos a linha infantojuvenil”, anima-se. Conta que a empresa não precisou adaptar seus produtos, o designer é o mesmo para os cinco continentes em que comercializa.
Otimista na recuperação do setor em 2013, Micheline aposta na expansão da marca pelo mundo, pois a empresa já tem 27 lojas no exterior. Ela explica que é preciso ficar atento à política interna de cada país.
A diretora conta que a linha de produtos exportados é a mesma do mercado brasileiro. “Somos líderes em mais de 17 países em calçados femininos e, recentemente, introduzimos a linha infantojuvenil”, anima-se. Conta que a empresa não precisou adaptar seus produtos, o designer é o mesmo para os cinco continentes em que comercializa.
Otimista na recuperação do setor em 2013, Micheline aposta na expansão da marca pelo mundo, pois a empresa já tem 27 lojas no exterior. Ela explica que é preciso ficar atento à política interna de cada país.
Feiras internacionais ajudam na preparação
O
interesse dos pequenos em se internacionalizar no País é bastante
expressivo, representando 86% das micro e pequenas empresas brasileiras,
segundo dados do Sebrae/RS. No entanto, 63% delas não chegam a realizar
a operação em razão do pouco conhecimento sobre o mercado, e 62%
declaram que é por dificuldades de comunicação e 49% por desconhecimento
de rotinas, procedimentos, normas e legislação.
Na avaliação do presidente do Sebrae/RS, Vitor Augusto Koch, exportar é interessante para crescer, aumentar a escala de produção, reduzir os efeitos da sazonalidade e custos fixos unitários, ganhar competitividade, para incorporar novas tecnologias, alcançar maturidade, ganhar notoriedade e reduzir riscos por meio da diversificação de mercados.
Participar de feiras ou missões internacionais é uma grande oportunidade. Ele explica que o Sebrae/RS disponibiliza esse acesso por meio de chamada pública destinada aos interessados em acompanhar eventos no exterior como membros de missões internacionais, nos quais são feitas visitas técnicas a empresas e contatos com potenciais clientes e fornecedores.
Em 2012, por exemplo, a entidade gaúcha viabilizou a participação de MPEs gaúchas em eventos nos Estados Unidos, na Itália, China, França, Inglaterra, e na Alemanha. Com isso, comenta, se abre uma porta importante para realizar contatos com empresas de outros países. Além de observarem as novidades de seus setores apresentadas nas feiras internacionais, os empresários que integram as missões têm a chance de tirar o melhor proveito possível desses encontros.
A facilidade de acesso às informações se tornou uma grande aliada para a elaboração de um plano de exportação. Os principais pontos a serem observados são a adequação da empresa, mercado potencial, produto potencial, acesso ao mercado, concorrência, preço, transporte, aspectos legais, prospecção internacional, investimentos e custos. Mas Koch ressalva que deve ser dado um passo de cada vez, pois a escolha de um canal de distribuição demanda muita pesquisa e conhecimento. “Neste campo, é bom evitar precipitações. Além disso, fazer uma avaliação completa dos investimentos é outra medida fundamental”, aconselha.
Na avaliação do presidente do Sebrae/RS, Vitor Augusto Koch, exportar é interessante para crescer, aumentar a escala de produção, reduzir os efeitos da sazonalidade e custos fixos unitários, ganhar competitividade, para incorporar novas tecnologias, alcançar maturidade, ganhar notoriedade e reduzir riscos por meio da diversificação de mercados.
Participar de feiras ou missões internacionais é uma grande oportunidade. Ele explica que o Sebrae/RS disponibiliza esse acesso por meio de chamada pública destinada aos interessados em acompanhar eventos no exterior como membros de missões internacionais, nos quais são feitas visitas técnicas a empresas e contatos com potenciais clientes e fornecedores.
Em 2012, por exemplo, a entidade gaúcha viabilizou a participação de MPEs gaúchas em eventos nos Estados Unidos, na Itália, China, França, Inglaterra, e na Alemanha. Com isso, comenta, se abre uma porta importante para realizar contatos com empresas de outros países. Além de observarem as novidades de seus setores apresentadas nas feiras internacionais, os empresários que integram as missões têm a chance de tirar o melhor proveito possível desses encontros.
A facilidade de acesso às informações se tornou uma grande aliada para a elaboração de um plano de exportação. Os principais pontos a serem observados são a adequação da empresa, mercado potencial, produto potencial, acesso ao mercado, concorrência, preço, transporte, aspectos legais, prospecção internacional, investimentos e custos. Mas Koch ressalva que deve ser dado um passo de cada vez, pois a escolha de um canal de distribuição demanda muita pesquisa e conhecimento. “Neste campo, é bom evitar precipitações. Além disso, fazer uma avaliação completa dos investimentos é outra medida fundamental”, aconselha.
Especialização é indispensável para garantir a segurança do negócio em operações externas
Em
um mercado aquecido internamente, as organizações vislumbram bons
investimentos fora do País. Segundo Alfredo Novais, diretor da ABN8
Trading, empresa especializada em comércio exterior, a exportação é uma
operação complexa e pode trazer prejuízos aos que não são especialistas
no assunto.
Novaes esclarece que o brasileiro ainda tem pensamento “pouco global”, e as iniciativas poderiam ser maiores. Segundo ele, os pequenos empreendedores possuem uma vantagem sobre as grandes corporações, que é a facilidade de adequação do produto e da embalagem. “Se precisar mudar uma embalagem para exportação, ela tem menos a perder do que uma grande”, observa. As maiores, explica, possuem mercado muito amplo no Brasil e, por estarem em uma zona de conforto, não querem correr riscos.
Algumas especificidades de países compradores como a China e o Oriente Médio, por exemplo, precisam ser muito bem observadas. Nas questões de alimentos, por exemplo, a pimenta é um pré-requisito para conquistá-los, portanto, os brasileiros precisam acrescentar essa especiaria em seus cardápios.
De acordo com Novaes, os brasileiros ainda têm uma resistência em crescer. “Há uma acomodação”, entende. “Temos que agregar valor a nossa exportação, pois ainda falta conhecimento dos empresários brasileiros”, acrescenta.
Novaes esclarece que o brasileiro ainda tem pensamento “pouco global”, e as iniciativas poderiam ser maiores. Segundo ele, os pequenos empreendedores possuem uma vantagem sobre as grandes corporações, que é a facilidade de adequação do produto e da embalagem. “Se precisar mudar uma embalagem para exportação, ela tem menos a perder do que uma grande”, observa. As maiores, explica, possuem mercado muito amplo no Brasil e, por estarem em uma zona de conforto, não querem correr riscos.
Algumas especificidades de países compradores como a China e o Oriente Médio, por exemplo, precisam ser muito bem observadas. Nas questões de alimentos, por exemplo, a pimenta é um pré-requisito para conquistá-los, portanto, os brasileiros precisam acrescentar essa especiaria em seus cardápios.
De acordo com Novaes, os brasileiros ainda têm uma resistência em crescer. “Há uma acomodação”, entende. “Temos que agregar valor a nossa exportação, pois ainda falta conhecimento dos empresários brasileiros”, acrescenta.
Número das Micro e Pequenas Empresas (MPE) em 2012
- Participação no número de empresas exportadoras: 62%
- Participação no valor das exportações: 0,9%
- Total de MPEs exportadoras no Brasil: 11.525
- Valor Total das exportações das MPEs: U$ 2,2 bilhões
- Valor médio exportado por MPE: U$ 192,8 mil
Fonte: SEBRAE/RS
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