Mariana Branco
O comércio bilateral entre Brasil e África cresceu 85% em
seis anos e atingiu US$ 26 bilhões em 2012. Já o comércio do Continente
Sul-Americano com os países africanos atingiu US$ 39 bilhões em 2011 e
cresceu 75% entre 2006 e aquele ano, segundo dados mais recentes do
Ministério das Relações Exteriores.
Segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis,
subsecretária-geral de Política do Itamaraty, ainda há espaço para
ampliar o intercâmbio comercial entre as duas regiões e esse será um dos
temas discutidos na 3ª Cúpula América do Sul-África, que começa na
quarta-feira (20) e vai até sexta (23) em Malabo, capital da Guiné
Equatorial.
“O crescimento do comércio reflete uma tendência da última década
entre os países do Sul. Cresceu também [o comércio] com os países árabes
e a Ásia, com destaque para a China. O espaço para continuar crescendo é
grande, pois a tendência é que o poder aquisitivo [dessas populações]
se amplie. Deve aumentar a demanda por bens de consumo e bens de
capital”, disse a embaixadora.
A Cúpula América do Sul-África, que reunirá 76 países – 64 africanos
e 12 latino-americanos – tratará de parcerias econômicas em uma mesa
redonda sobre infraestrutura, energia e transportes e em painéis sobre
oportunidades de comércio e investimento e agricultura e inovação.
Participarão das discussões empresários, associações empresariais,
autoridades e instituições internacionais voltadas para financiamento de
projetos de desenvolvimento. Segundo a embaixadora foram convidados
para participar da mesa redonda representantes de companhias aéreas. “A
conectividade entre as regiões ainda é um desafio”, disse.
O evento que reúne líderes africanos e sul-americanos ocorre desde
2006 alternadamente entre os dois continentes. A segunda edição, em
2009, foi sediada em Isla Margarita, na Venezuela. A primeira em Abuja,
na Nigéria. Este ano, o Sudão do Sul participará pela primeira vez do
encontro. No fim da cúpula, os países participantes divulgarão uma
declaração conjunta.
A cúpula também marcará a segunda visita da presidenta Dilma
Rousseff à África desde o início do seu governo. A primeira foi em
outubro de 2011, quando a presidenta visitou Moçambique, Angola e África
do Sul. No último país, ela participou da Cúpula do Ibas, grupo formado
por Índia, Brasil e África do Sul, principais democracias emergentes.
Dilma deve retornar à África mais duas vezes este ano. Em março, a
presidenta irá às reuniões da Cúpula Brics (Brasil, Rússía, Índia, China
e África do Sul), em Durban, na África do Sul. De acordo com Maria
Edileuza, em maio Dilma participará das comemorações dos 50 anos da
União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Segundo a embaixadora, a viagem da presidenta na próxima semana,
além de mais duas programadas para o Continente Africano este ano,
“reforça a prioridade que o Brasil dá à África em sua política
exterior”. A presidenta manteve a viagem na agenda apesar de ter se acidentado e machucado o pé.
Segundo a embaixadora, juntos, os continentes Sul-Americano e
Africano reúnem um Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um
país) de US$ 6 trilhões e uma população de 1,4 bilhão de pessoas.
Fonte: Agência Brasil
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