1. Não saber o quanto cobrar
Determinar o preço correto do produto ou serviço é fundamental para
um negócio. As empresas não têm como cobrar um preço diferente do
mercado, mas existe uma liberdade para cobrar preços diferenciados em
mercados de concorrência imperfeita. Cobrar um preço alto resulta em
baixas vendas, mas preços muito baixos representam também perda de
lucro.
Muitos empresários acham que o preço de um produto nada mais é que
uma margem de lucro em cima dos custos de produção, mas a forma correta
de determinar o preço a ser cobrado por um produto envolve medir o
quanto os consumidores estão dispostos a pagar. Várias empresas, como
Apple e Ford, mantêm estratégias de preços que se baseiam na demanda e
não somente nos custos de produção.
2. Achar que o olho do dono engorda o gado
A ideia de que um negócio só pode ser bem gerido se o dono estiver
presente a todo momento torna o empresário refém do próprio negócio.
Férias, família e lazer ficam em segundo plano, e a prioridade passa a
ser somente a empresa, com custos, vendas e problemas do dia-a-dia
consumindo o tempo e a mente do empreendedor.
O ideal é que o empresário saiba investir em mecanismos de controle,
gestão e monitoramento que permitam que a empresa sobreviva sem a sua
presença. No começo do empreendimento, a dedicação do empresário vai ser
intensa, mas à medida que a empresa se sofistica deve conseguir
caminhar com as próprias pernas.
3. Ter medo do crescimento
Muitos pequenos empresários consideram que o crescimento é arriscado e
tendem a ser cautelosos em investir na expansão dos seus negócios. Essa
timidez em relação ao crescimento revela uma aversão ao risco que é
pouco condizente com o espírito empreendedor, e tem duas origens: a
necessidade de controlar todos os processos da empresa e o medo de
enfrentar o desafio de lidar com as dores do crescimento. Muitos perdem
oportunidades de negócios por não querer lidar com os desafios de um
crescimento acelerado.
4. Falta de profissionalização
Certa vez, a esposa do fundador de uma empresa e gerente financeira
revelou, orgulhosa, que todas as contas da empresa estavam na sua cabeça
e que ela conseguia gerenciar os fluxos de pagamentos e recebimentos da
companhia, que faturava mais de 40 milhões de reais ao ano, usando um
caderno. Este não é o único e talvez nem seja o pior caso de falta de
profissionalização em empresas de pequeno e médio porte.
A relutância em remunerar bons profissionais e de colocar em prática
sistemas profissionais de gestão, o atraso no pagamento de tributos e a
falta de indicadores financeiros e sistemas de informação adequados são
sintomas claros de uma empresa mal administrada. Uma companhia deste
tipo pode até ser bem-sucedida, mas certamente a profissionalização
empresarial resultaria em uma maior probabilidade de sucesso e
resultados.
Rodrigo Zeidan é especialista em finanças e professor da Fundação Dom Cabral
Fonte: Jornal Contábil
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