Repórter da Agência Brasil
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, chegou a informar, em julho, que o aumento do percentual de reajuste estava acertado com o governo para ocorrer a partir de agosto. Dias, no entanto, voltou atrás e disse que o tema ainda estava em negociação, depois de o Ministério da Fazenda negar ter dado aval para o aumento, no momento em que o governo faz cortes de gastos.
O reajuste do seguro-desemprego foi mantido em 6,2%,
segundo resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (Codefat). O índice foi motivo de desencontro entre setores
do governo, quando foi cogitada a possibilidade de elevação do reajuste
para 9%, base de cálculo usada até janeiro deste ano e que é a mesma utilizada para a correção do salário mínimo (R$ 678).
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, chegou a informar, em julho, que o aumento do percentual de reajuste estava acertado com o governo para ocorrer a partir de agosto. Dias, no entanto, voltou atrás e disse que o tema ainda estava em negociação, depois de o Ministério da Fazenda negar ter dado aval para o aumento, no momento em que o governo faz cortes de gastos.
A estimativa era a de que o reajuste, caso fosse aprovado pelo
conselho, geraria um gasto de R$ 250 milhões até o final deste ano. De
acordo com o Ministério do Trabalho, são gastos R$ 30 bilhões por ano
com o pagamento do seguro-desemprego.
O conselheiro da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, disse à Agência Brasil que
a proposta de reajuste do benefício foi derrotada porque o governo
chegou unido à reunião. De acordo com ele, os votos dos empresários,
somados aos dos representantes do governo, foram maioria e derrotaram os
dos trabalhadores – determinando placar de 9 a 7 em favor da manutenção
dos 6,2%.
Hoje foi eleito o novo presidente do Codefat, o tesoureiro da CUT,
Quintino Severo. "Vamos solicitar uma reunião na primeira semana de
setembro, para discutir o tema e corrigir o erro do governo. É um
contrassenso, em uma resolução do Codefat, mobilizar a base para
atropelar os desempregados para economizar R$ 700 mil anualmente e
prejudicar R$ 2 milhões de trabalhadores", explicou Sérgio Leite,
contestando o argumento do Ministério da Fazenda na reunião para barrar a
medida, em que foram citados recentes gastos com desonerações que
deverão alcançar R$ 90 bilhões.
A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Trabalho, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria.
Edição: Beto Coura
Fonte: Agência Brasil
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