Caio Zinet
A adoção do Brasil ao padrão contábil internacional
(IFRS) em 2010 trouxe inúmeros benefícios para o mercado de capitais
nacional, mas ainda persistem alguns desafios para que sejam
aproveitados em sua plenitude. Um desses obstáculos é o tamanho dos
relatórios financeiros apresentados pelas companhias brasileiras, bem
acima do padrão observado em outros países.
O diretor brasileiro do Internacional Accounting Standards Board (Iasb), Amaro Gomes, reconhece o desafio e colocou a correção disso como um dos desafios para os próximos anos. “Precisamos pensar em medidas para que os balanços das empresas brasileiras sejam mais palatáveis. Hoje tem muito dado e pouca informação”, afirmou. O IASB é o órgão internacional responsável pelas atualizações do IFRS. “Minha empresa fez auditoria em relatórios de 14 companhias de capital aberto no segundo trimestre desse ano. No total tive que ler 1422 páginas. Tem muita informação desnecessária e que não são exigidas nem pelo IFRS, nem pela regulação, nem pela autorregulação. Em todo o mundo os relatórios são menores do que os daqui. Isso atrapalha o investidor que está buscando informações para alocar seus recursos”, afirmou o sócio líder da Ernst&Young, Paul Sutcliffe. Outro desafio apontado pelos especialistas é a melhora da qualidade das notas de rodapé nos balanços. Eles consideram que muitas vezes o recurso é usado de maneira indevida. Além disso, o conteúdo é considerado pouco explicativo para os investidores. “São muitas notas que não explicam muito bem o que aconteceu”, afirmou o sócio-diretor da KPMG, Fabian Junqueira. “Um desafio importante para os próximos cinco anos é o de dar mais qualidade aos balanços. Para isso é preciso de mais clareza com redução do número de páginas e também usar menos notas de rodapé”, afirmou o sócio e líder global Deloitte, Bruce Mecher. Para os especialistas, as empresas têm medo dos custos, pois um relatório menor demanda mais tempo de trabalho dos analistas sobre os resultados da empresa. Apesar dos desafios, a maioria das consultorias e auditorias avalia como positivo o impacto da adoção do novo padrão contábil pelo Brasil. O IFRS faz parte de uma tentativa de diversos países para criar regras contábeis unificadas para balanços de empresas de todo o mundo. Atualmente cerca de 100 países utilizam o novo padrão contábil. Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Ploger, o novo padrão é importante para atrair mais investimento. Com a unificação fica mais fácil para os investidores realizaram a comparação dos resultados de empresas de diferentes regiões para escolher qual dessas é a melhor para um investimento. “O nível de integração da economia é tão alto que não fazia sentido cada país ter uma regra diferente. O custo do investidor para ‘traduzir’ cada um desses balanços era alto. Isso sem contar a perda de tempo para tomada de decisões, algo fundamental para a realização de investimento”, afirmou Ploger. Pesquisa da consultoria Deloitte, realizada com diversos relações com investidores, mostra que 78% desses profissionais acreditam a adoção do IRFS teve influência positiva na decisão de investidores alocarem seus recursos no Brasil. Outros 58% acreditam que a adoção do padrão internacional trouxe mais transparência e com isso mais investimentos. “Esse estudo mostra que o IFRS trouxe muito transparência e eficiência ao mercado de capitais brasileiro”, afirmou Bruce. Para além de servir como instrumento importante para o investidor, o IFRS também traz benefícios para as empresas que são obrigadas a criar mecanismos de integração entre suas diversas unidades. “A contabilidade passa a ser vista como parte importante da estratégia da empresa e não apenas como técnica”, afirmou Bruce Mescher da Deloitte. Os analistas de mercado também são beneficiados pelo novo padrão. “As projeções futuras se tornam mais precisas, uma vez que a quantidade de dados disponíveis pelas empresas aumenta significativamente”, afirmou Fabian Junqueira da KPMG. |
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Fonte: DCI – SP |
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Mercado reclama do tamanho dos relatórios das empresas
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