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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Auditores da Receita e do Trabalho iniciam Operação Padrão

Auditores fiscais da Receita Federal e os auditores do Trabalho iniciam nesta segunda a chamada Operação Padrão. A ação é nacional e na região envolverá pelo menos 130 servidores federais que estão há quatro anos sem reajuste salarial. Como forma de pressionar o governo a abrir negociação o desembaraço de mercadorias no porto seco de Sorocaba vai ser feito de forma mais lenta e as fiscalizações tanto trabalhistas como tributárias, ficarão suspensas. Nos trabalhos internos, apenas os processos de baixa complexidade terão andamento. A operação é por tempo indeterminado e, segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), o atendimento ao público não será interrompido. Na região, informa a entidade, o prejuízo estimado em um mês pode chegar a US$ 200 milhões no comércio exterior e outros R$ 10 milhões em autuações que deixarão de ser feitas.

“Não é o nosso intento, mas em outros anos em que houve paralisação da categoria no desembaraço de mercadorias, chegamos a ter falta de peças na indústria”, alertou o diretor do Sindifisco na região, Marcus Vinícius Dantas. Ele explica que com a operação padrão, a fiscalização das importações, que normalmente é feita por meio de amostragem, passa a ser realizada na totalidade da mercadoria. Assim, os auditores passam a conferir todas as cargas que estão aguardando liberação. Diante do alto volume que é importado por meio da Estação Aduaneira do Interior (Eadi-Aurora), em Sorocaba, a mudança de metodologia aumenta consideravelmente o tempo para a liberação das mercadorias. De acordo com Dantas o serviço normalmente realizado em um dia é feito em 15 dias. A categoria não tem data base para dissídio e depende da abertura de negociação por parte do governo, que não o faz há quatro anos.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que a região importa, mensalmente, cerca de US$ 200 milhões, destaca Dantas. Segundo ele, esse seria o prejuízo mínimo na área. O diretor regional do sindicato informa ainda que a operação padrão vai suspender todas as fiscalizações, englobando tanto pessoas físicas como jurídicas. “No ano passado a regional somou R$ 120 milhões em lançamento por meio de autos de infração”, diz o representante dos auditores fiscais da Receita Federal. Assim, a média é de R$ 10 milhões em tributos recolhidos por meio de ações de fiscalizações. Internamente, continua Dantas, os processos de maior complexidade também deixarão de ser feitos. O atendimento ao público, porém, será feito normalmente.

Quarto ano
Há quatro anos sem reajuste salarial, um bolo de aniversário será cortado e distribuído pelos manifestantes. A comemoração é uma forma bem humorada de marcar mais um ano sem ter nem a correção inflacionária sobre os salários. “Eu queria ganhar pelo menos o mesmo que ganhava há quatro anos. A inflação comeu nossos salários”, lamentou Dantas. O protesto será às 10h em frente à Delegacia Regional da Receita Federal do Brasil, que fica no Alto da Boa Vista.

A ação por tempo indeterminada foi anunciada pelos servidores há 15 dias. Na ocasião foi feita uma paralisação de alerta e as atividades foram suspensas por 24 horas. Apesar da repercussão negativa o governo não reabriu negociação com os manifestantes. A reivindicação de reajuste salarial é feita por todos os servidores de carreiras típicas federais como os auditores fiscais, policiais federais, peritos da Polícia Federal e advogados da União. Segundo Dantas as outras categorias profissionais devem realizar ações em breve.

Cruzeiro do Sul

Fonte: Matéria divulgada no Jornal Contábil

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