Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Para acelerar a liberação de mercadorias retidas nas
alfândegas por causa da greve dos auditores fiscais, a Receita Federal
permitirá a retirada de mercadorias não desembaraçadas (liberadas pela
aduana) diretamente aos importadores. A medida foi publicada hoje (27),
em portaria no Diário Oficial da União, que regulamenta o decreto que permite a substituição de servidores públicos em greve.
De acordo com a portaria, o importador poderá requerer a entrega
caso o prazo de liberação da mercadoria ultrapasse em 30% o tempo médio
de desembaraço registrado no primeiro semestre deste ano. Esse prazo
médio varia conforme a unidade da Receita Federal e o tipo de
fiscalização a que a mercadoria é submetida, mas, na maioria das
situações, corresponde a oito dias.
Desta forma, caso o bem importado não seja liberado antes de dez
dias e dez horas, o comprador pode pedir a retirada da mercadoria sem o
desembaraço.
Segundo Ronaldo Medina, assessor do gabinete do secretário da
Receita Federal para a Área Aduaneira, a entrega antes do desembaraço
não estimulará a entrada de mercadorias proibidas no país, como drogas e
agentes biológicos e químicos. Isso porque a retirada só poderá ser
feita nos casos em que as pendências fiscais estiverem resolvidas e
faltar apenas a assinatura do ato de desembaraço.
“No caso de cargas que necessitem de verificação física, a
fiscalização continuará a ser feita segundo a análise de risco da
Receita. Essa medida vale apenas para os casos em que todos os
documentos foram entregues e todas as pendências resolvidas, mas apenas o
despacho esteja parados por falta de prazo”, explicou Medina.
De acordo com ele, caberá ao chefe de cada unidade da Receita
analisar se a mercadoria pedida pelo empresário realmente não tem
pendências. Caso o Fisco constate divergências de valores ou erros de
classificação fiscal, a cobrança pode ser feita posteriormente. “Se
passar o prazo, todos os procedimentos de cobrança podem ser feitos
documentalmente, mesmo que a mercadoria tenha sido entregue”, alegou.
Segundo o subsecretário de Relações Internacionais da Receita
Federal, Ernani Checcucci, a paralisação dos auditores fiscais não
prejudicou as exportações. Por causa do atraso nos desembaraços, ele
admitiu atraso na liberação das importações, mas disse que o estoque de
declarações de importação em processamento aumentou apenas em 4 mil
documentos, o que, segundo ele, representa cerca de 2% das declarações
analisadas pelo Fisco desde o início da greve, em 18 de junho.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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