O
ambicioso projeto da Receita Federal implantado há cinco anos e
conhecido como Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) será
ampliado no próximo ano, quando as empresas serão obrigadas a enviar a
folha de pagamento digital padronizada, no lugar da impressa, em um
ambiente que será compartilhado com órgãos do governo, como a Receita
Federal e o Ministério do Trabalho.
A novidade, que vem sendo chamada de Sped Social, EFD da Folha de
Pagamentos ou EFD Social, vai mudar a rotina dos departamentos de
Recursos Humanos (RH) e Pessoal das empresas e, no longo prazo, deverá
levar à extinção grande parte das obrigações acessórias relativas à área
trabalhista. E será, ainda, uma ferramenta importante de controle da
arrecadação das contribuições previdenciárias.
O novo modelo está sendo testado há mais de um ano por cerca de 40
empresas, praticamente as mesmas que participaram do primeiro projeto
piloto envolvendo o Sped. De acordo com o professor Roberto Dias Duarte,
autor do livro Manual de Sobrevivência no Mundo Pós Sped, nesse caso, a
novidade é a participação de empresas do setor de construção civil,
grandes empregadoras de mão de obra.
Simplificação A ideia do fisco é começar a exigir a entrega da folha
digital a partir de 2013 e, desta vez, o universo de empresas
enquadradas na exigência será bem mais abrangente, incluindo as empresas
enquadradas no Simples Nacional, os Microempreendedores Individuais
(MEIs) e os empregadores domésticos.
A gerente da área trabalhista da Thomson Reuters Fiscosof, Alessandra
Costa, ressalta que haverá um módulo especial para os pequenos
empregadores. Independentemente do porte da empresa e do sistema
tributário adotado, as companhias devem ficar atentas às obrigações
trabalhistas e previdenciárias e rever os processos de seus
departamentos de RH e pessoal, alerta. Ela diz que, com o Sped Social, o
fisco deverá deixar de exigir, de forma gradativa, diversas
declarações, como a GFIP/Sepif, Dirf, Caged, Rais, Manad, folha de
pagamento e ficha de registros de empregados.
Representatividade Defensor do projeto do governo, o professor
Roberto Duarte alerta, entrentanto, que os prazos de entrega das
exigências têm ficado apertados. De acordo com ele, uma das principais
reclamações dos empresários é que a representatividade das empresas que
participam do teste não corresponde à realidade da maioria das
companhias brasileiras.
Hoje, a maioria das empresas que adotam o lucro presumido são de
pequeno porte e, portanto, não têm estrutura para se adequar aos prazos e
exigências estabelecidas, afirma Duarte.
Ele vislumbra problemas, por exemplo, com a primeira entrega da EFD
Contribuições que foi criada em junho de 2010 e com prazo de entrega
previsto para julho deste ano, mês em que será exigida de cerca de 1,5
milhão de empresas. A multa para quem não cumprir o prazo é de R$ 5 mil
por mês de atraso.
Diário do Comércio
Fonte: Matéria divulgada no site Jornal Contábil
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