Luana Lourenço e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
O governo vai atrelar a remuneração da poupança à taxa
básica de juros, a Selic. A mudança será editada por medida provisória,
que deve entrar em vigor amanhã (4). A informação é de líderes sindicais
que participaram de reunião em que a presidenta Dilma Rousseff
apresentou a proposta às centrais sindicais.
Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força
(PDT-SP), o critério atual de remuneração da poupança – de 6,17% ao ano
mais variação da Taxa Referencial (TR) – vai ser substituído pela
variação da TR mais 70% da Selic, quando a taxa básica de juros chegar a
8,5% ao ano ou menos. Atualmente, a Selic está fixada em 9% ao ano.
A alteração valerá apenas para novos depósitos, segundo Paulinho, e não
afetará as 100 milhões de contas na caderneta de poupança existentes.
“Nossa preocupação é que os atuais poupadores não fossem prejudicados.
Como a mudança garante direitos dos poupadores atuais, nós [da Força
Sindical] apoiamos a alteração”, disse. O presidente da Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, também confirmou a mudança, mas
disse que a entidade ainda vai avaliar a proposta.
A mudança na remuneração da poupança vai permitir que o governo
continue a baixar os juros sem que os grandes investidores se sintam
estimulados a migrar para a poupança e deixem de comprar títulos
públicos. O anúncio oficial da medida deve ser feito ainda hoje pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A nova remuneração só incidirá sobre os depósitos feitos a partir da
edição da medida provisória. Assim, quem tem uma caderneta de poupança
terá o saldo corrigido de duas formas: pelo rendimento tradicional, para
o dinheiro guardado até hoje e pela nova regra, para os futuros
depósitos.
O presidente da Força Sindical também esclareceu que a alteração nas
regras não afetará imediatamente os aplicadores. “A medida provisória
vale a partir de amanhã, mas só terá reflexo quando a Selic chegar a
8,5% [ao ano]. Como os juros básicos ainda estão em 9%, nada muda por
enquanto”, declarou Paulinho.
Edição: Rivadavia Severo
Fonte: Agência Brasil
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