Ao contrário do que muitos pensam, aparelhamento fiscal está
direcionado principalmente às pequenas empresas. Presidente do SESCON-SP
estará nesta sexta-feira em Marília e estará á disposição da imprensa
local para falar deste e outros temas
Apelidada por muitos como “Big Brother Fiscal”, a inteligência fiscal
brasileira hoje é considerada uma das mais sofisticadas do muito, capaz
de realizar inúmeros cruzamentos de dados entre obrigações acessórias e
ter à sua disposição toda a vida fiscal do contribuinte.
Diante deste cenário, o presidente do SESCON-SP (Sindicato das
Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento no Estado de São
Paulo), José Maria Chapina Alcazar, alerta que, ao contrário do que
muitos pensam, este aparelhamento está direcionado principalmente aos
pequenos negócios, e não apenas às grandes empresas. “A mudança cultural
do empreendedor hoje é vital, pois a nova realidade exige um novo
posicionamento, inclusive com a adoção de controles internos de gestão
para garantir a qualidade e a consistência dos dados corporativas na
prestação de contas”, argumenta o empresário contábil.
Embasado em dados de 2010 da própria Receita Federal do Brasil, o
líder setorial explica que as micro e pequenas empresas também precisam
se adequar. Hoje, as empresas do Lucro Real, que somam cerca de 280 mil
no País, contribuem com cerca de 65% da arrecadação, enquanto que as
empresas do Lucro Presumido e Simples Nacional, juntas, representam mais
de 7 milhões de organizações e contribuem com apenas cerca de 45% do
total da arrecadação. “O governo tem esses números e sabe, portanto,
onde atuar”, destaca.
Fiscalização orientadora
Para Chapina Alcazar, a inteligência brasileira merece elogios, pois
cumpre o seu papel de inibir as fraudes, a sonegação e a informalidade
no País, no entanto, faz um contraponto, lembrando que a maioria das
empresas nacionais precisa de incentivo, e apoio do setor público. “O
governo deve dar uma `trégua´ para o empreendedor, com fiscalizações não
apenas com o foco na punição e emissão de multas, mas também
orientadora. “Afinal, são as empresas deste País que geram empregos e
renda”, enfatiza. “Nunca defenderemos a ilegalidade, mas sim a
oportunidade real de crescer”, acrescenta.
Recentemente, a Receita Federal do Brasil atendeu a um pleito
recorrente do SESCON-SP neste sentido, ao dar início a um processo para
auxiliar o contribuinte a ter ciência dos equívocos cometidos nas
obrigações acessórias e regularizar sua situação. O novo sistema
alertará as empresas do Lucro Presumido que recolhem CSLL sobre erros na
Declaração de Informações Econômico-Fiscais ou Declaração de
Contribuição e Tributos Federais, dando oportunidade para que sejam
retificadas, antes da autuação.
A primeira etapa beneficia 4,3 mil contribuintes e a intenção é que
uma segunda contemple todas as organizações optantes pelo Lucro
Presumido e, a longo prazo, as empresas do Simples Nacional.
“Parabenizamos a Receita Federal por este avanço esperando não
somente que o benefício seja estendido para todo o empreendedorismo,
como também que os fiscos estaduais e municipais sigam o mesmo caminho”,
completa Chapina Alcazar.
Fonte: Matéria publicada no Jornal Contábil
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