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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Editoras brasileiras venderam menos livros em 2012, mas faturamento cresceu


Paulo Virgilio Repórter da Agência Brasil

As editoras brasileiras venderam 434,92 milhões de livros em 2012, diminuição de 7,36% em relação ao ano anterior, quando foram vendidos 469,46 milhões de exemplares. O faturamento do setor, no entanto, foi maior: R$ 4,98 bilhões, o que representa um crescimento de 3,04% na comparação com 2011, quando o resultado foi R$ 4,83 bilhões.

Os dados constam da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, divulgada hoje (30) no Rio pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). O levantamento anual é feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo, sob encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Snel.

A pesquisa abrange os dois segmentos básicos do setor livro: o mercado, formado pelas livrarias e outros pontos de venda, e o governo, que compra das editoras por meio de programas como o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). No primeiro segmento, o setor registrou em 2012 o primeiro crescimento real de vendas desde 2008, com um total de R$ 3,66 bilhões, 6.36% a mais que os R$ 3,44 bilhões vendidos ao mercado em 2011.

Ainda considerando as vendas ao mercado, o preço médio do livro cresceu 12,48% em 2012. Já com relação às vendas ao governo, houve no ano passado uma queda de 10,31% no número de exemplares adquiridos – 185,48 milhões, contra 166,35 milhões em 2011 – e uma redução de 5,2% no faturamento. As editoras venderam ao governo em 2012 R4 1,31 bilhão, contra R$ 1,38 bilhão no ano anterior.

De acordo com a presidenta do Snel, Sônia Jardim, o levantamento anual do desempenho do setor permite analisar tendências e resultados. “É importante conseguirmos visualizar qual dos segmentos está obtendo melhores resultados, qual o canal de distribuição que está crescendo, qual a área temática com tendência de crescimento ou de queda”, disse.

Uma das tendências observadas em 2012 foi em relação à produção de novos títulos, que cresceu 1,89% em relação às reimpressões. Foram 20,79 mil novos títulos publicados no ano passado, contra 20,4 mil em 2011. As reimpressões, por sua vez, caíram quase 3%, passando de 37,78 mil em 2011 para 36,68 mil no ano passado.

A edição 2012 da pesquisa apurou pela primeira vez dados sobre a exportação de livros brasileiros. As editoras nacionais exportaram no ano passado 3,029 milhões de exemplares, no valor de R$ 56.99 milhões.

Edição: Aécio Amado

terça-feira, 30 de julho de 2013

MPE Indicadores Pequenos Negócios no Brasil


Para ter acesso aos slides clic na figura acima ou no link abaixo:

Fonte: http://www.agenciasebrae.com.br/

Trabalhador da área comercial de posto de gasolina não receberá adicional de periculosidade

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que consultor de negócios de empresa de postos de combustíveis não tem direito a adicional de periculosidade. O recurso de revista foi interposto pela Alesat Distribuidora de Petróleo, que não reconhecia o direito ao adicional.

Na ação trabalhista, o consultor alegou que, durante o expediente, trabalhava em área de risco, realizava análise de produtos inflamáveis e afixava faixas nas bombas de combustíveis. Mas a empresa argumentou que o empregado, da área comercial, adentrava de forma esporádica aos locais de risco, o que não justificaria o pagamento do adicional, que corresponde a 30% do salário-base do trabalhador.

Em primeira instância, o juiz entendeu que o empregado foi exposto a risco e que, mesmo de forma intermitente, a atividade era rotineira, e concedeu o benefício. A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), com o entendimento de que tanto no contato intermitente quanto no permanente cabe o adicional de periculosidade.
 
O relator do processo no TST, ministro Augusto César Leite de Carvalho, deu provimento ao recurso de revista da distribuidora de petróleo por considerar que a condenação contrariou a Súmula 364 do TST, que exclui o direito ao adicional apenas quando o contato com o risco se dá de forma eventual. O ministro excluiu da condenação o pagamento do adicional de periculosidade. A decisão foi unânime.
 
(Bruno Romeo/CF)
 
O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1).


Obrigatoriedade do enquadramento CNAE na Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica - FCJP

Devido ao processo de implantação da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - REDESIM, todas as atividades informadas pelo contribuinte no ato constitutivo/alterador deverão, obrigatoriamente, ser enquadradas nos respectivos CNAE´s e constar da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica -FCPJ, com a finalidade de evitar a divergência desta informação nos diversos entes envolvidos (Receita Federal, Juntas Comerciais, Cartórios, Estados, Municípios e órgãos de licenciamento)
 

Aposentadoria: mais dificuldades para quem começou cedo

Cálculo só vai considerar contribuições feitas após os 16 anos
 

Mikaella Campos


O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem colocado mais rigor na concessão de aposentadorias para pessoas que ingressaram ainda adolescentes no mercado de trabalho. O órgão só vai utilizar nos cálculos do benefício as contribuições feitas pelo trabalhador depois dos 16 anos de idade.

Com a nova norma, publicada no dia 17 de julho, o instituto não vai permitir que segurados que começaram a trabalhar entre 12 e 14 anos, antes de 1998, por exemplo, utilizem esse período na contagem do tempo mínimo necessário para a aposentadoria por tempo de contribuição. Em alguns casos, será preciso ir à Justiça para conseguir o benefício ou entrar com um recurso administrativo no INSS.

Antes, a entidade abria uma exceção para os trabalhadores e aceitava conceder a aposentadoria apenas com a apresentação da carteira de trabalho ou de algum outro comprovante de contratação. Com isso, alguns trabalhadores, ao completar 35 anos de contribuição, chegavam a se aposentar aos 47 anos, elevando ainda mais o déficit previdenciário.

Para segurados que se inscreveram no órgão antes de 1998, o INSS estabeleceu um critério de transição. Antes de 1967, será feita a contagem do tempo de serviço a partir dos 14 anos. De 1967 a 1988, o instituto vai permitir que o período dos 12 aos 16 anos seja contabilizado.
Segundo a Previdência, as novas regras foram adotadas para entrarem em sintonia com as leis trabalhistas. Hoje, é proibido que pessoas com menos de 16 anos sejam contratadas. A legislação só autoriza que as empresas empreguem, em regime especial, adolescentes aprendizes. Esses trabalhadores precisam ter idade mínima de 14 anos e estar ligados a algum curso profissionalizante para conseguir um emprego formal.

Prejudicados

O advogado previdenciário Geraldo Benício explica que a regra vai prejudicar principalmente o trabalhador rural. “Para algumas pessoas, não vai fazer tanta diferença, porém, pode ocorrer alguns casos em que o trabalhador sairá prejudicado”, pondera.

O presidente do Sindicato nacional dos Aposentados no Espírito Santo, Gelson Martins acredita que a nova regra é importante para evitar o trabalho infantil.

“Quando eu tinha 14 anos, comecei a trabalhar como aprendiz. Fiz um curso no Senai e ingressei no mercado. Eu usei esse período para contar na minha aposentadoria. Porém, a idade mínima para ser empregado era 14 anos. Já era ilegal que crianças mais novas do que isso trabalhassem”, conta Martins, que hoje tem 72 anos.

A conta mudou

 Inscrições até 14 de março de 1967 

COMO ERA
Até semana passada, o INSS considerava a contagem do tempo de serviço feita por qualquer segurado, tanto rural quanto urbano, quando esse exercia atividade trabalhista a partir dos 12 anos idade. Mas essa permissão era apenas uma exceção, pois a lei já não permitia o trabalho com menos de 14 anos.

COMO FICA
Quem começou a trabalhar com carteira assinada antes dessa data poderá aproveitar só contribuições feitas a partir dos 14 anos. Se tiver começado aos 12, o segurado deverá entrar com um pedido na Justiça.

 De 15 de março de 1967 a 4 de outubro de 1988 

COMO ERA
O INSS aceitava a inscrição do trabalhador com idade mínima de 12 anos. Era necessário provar que tinha carteira assinada ou que exerceu trabalho rural.

COMO FICA
Para esse trabalhador, a regra continua a ser a mesma. Se contribuiu a partir dos 12, o período poderá ser contado para a aposentadoria.

 Inscrições de 5 de outubro de 1988 a 15 de dezembro de 1998 

COMO ERA
Trabalhadores urbanos e rurais, mediante prova, conseguia utilizar as contribuições feitas a partir dos 12 anos. A possibilidade era uma exceção já que a idade mínima para contribuição era 14 anos para o trabalhador comum e 12 para o adolescente aprendiz.

COMO FICA
Quem ingressou no mercado nesse período poderá usar apenas as contribuições feitas a partir dos 14 anos. A exceção é para o adolescente aprendiz, que entrou no mercado com 12 anos. Esses poderão utilizar esse período no cálculo da aposentadoria.
 
 Inscritos no INSS a partir de 16 de dezembro de 1998 

COMO ERA
Apesar de a lei limitar a idade de trabalho infantil, muitos trabalhadores faziam contribuições antes dos 16 anos. Em um estado de exceção o INSS aceitava as contribuições a partir dos 12, tanto para trabalhador rural quanto urbano.

COMO FICA
Com a nova regra, o trabalhador só poderá utilizar para o cálculo da aposentadoria o período de trabalho a partir dos 16 anos de idade. Apenas adolescentes aprendizes terão direito de usar o período de contribuição a partir dos 14 anos.
 
Fonte: Gazeta Online
Matéria divulgada no site:  http://www.contadores.cnt.br/

Índice de municípios brasileiros com IDHM médio e alto chega a 74%


Ivan Richard Repórter da Agência Brasil

Nas últimas duas décadas, o Brasil aumentou 47,5% o seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,493, em 1991, - considerado muito baixo – para 0,727, em 2010, o que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013.

Em 1991, 85,5% das cidades brasileiras tinham IDHM considerado muito baixo. Em 2010, o percentual passou para 0,6% dos municípios. De acordo com o levantamento, em 2010, o índice de municípios com IDHM considerado alto e médio chegou a 74%, enquanto em 1991, não havia nenhuma cidade brasileira com IDHM alto e 0,8% apresentava índice médio. Pela escala do estudo, é considerado muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e 0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.

O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável [longevidade], ter acesso a conhecimento [educação] e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas [renda]. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Brasil conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e Nordeste.

“A fotografia do Brasil era muito desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos antecipar um futuro melhor”, frisou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.

Principal responsável pelo crescimento do índice absoluto brasileiro, o IDHM Longevidade acumulou alta de 23,2% entre 1991 e 2010. O índice ficou em 0,816, em 2010. Com o crescimento, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 9,2 anos, passando de 64,7 anos, em 1991, para 73,9 ano, 2010.

“A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda na mortalidade infantil”, explicou o representante do Pnud no Brasil Jorge Chediek.
Os municípios catarinenses de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maior IDHM Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e expectativa de 65,3 anos.

O levantamento aponta ainda que a renda per capita mensal do brasileiro cresceu R$ 346 nas últimas duas décadas, tendo como base agosto de 2010. Entre 1991 e 2010, o IDHM Renda evoluiu 14,2%, contudo, 90% dos 5.565 municípios brasileiros aparecem na categoria de baixo e médio desenvolvimento nesse índice.

Apesar do crescimento, a desigualdade fica clara quando comparados os extremos do indicador. O município de São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM Renda, registrou renda per capita mensal de R$ 2.043, o último colocado, Marajá do Sena (MA), obteve R$ 96,25. Uma diferença de mais de 20 vezes.

O IDHM Educação, apesar registrar a menor contribuição para o IDHM absoluto do país, passou de 0,278, em 1991, para 0,637, em 2010. O crescimento foi impulsionado, segundo o atlas, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período.
 

Edição: Beto Coura 

sábado, 27 de julho de 2013

5 dicas de saúde que impactam no bem-estar profissional

O nível elevado de estresse devido às pressões e cobranças de quem está inserido no mundo corporativo vem desencadeando uma série de doenças e complicações físicas e psicológicas. A competitividade somada ao sedentarismo e a má alimentação é uma fórmula que pode prejudicar, e muito, a carreira de vários profissionais. 
 
5 dicas de saúde que impactam no bem-estar profissional

Independentemente do porte, as empresas também têm um papel vital no processo de criar hábitos saudáveis em seus funcionários. As organizações começaram a abrir os olhos para a Gestão de Saúde Populacional (GSP) e até uma entidade – a Aliança para a Saúde Populacional (Asap) – foi criada para congregar companhias ligadas ao setor. O conceito propõe um monitoramento completo da saúde dos funcionários, para reforçar a interação entre paciente e médico, além de estimular profundas mudanças nos hábitos cotidianos.

Exercícios regulares têm relação direta com a melhoria da saúde física e mental do ser humano. Consequentemente, eles fortalecem o sistema imunológico, aumentando o desempenho e reduzindo níveis de estresse, depressão e até mesmo a falta de foco e produtividade. Confira as dicas da especialista Tania de Abreu Carvalho, médica e consultora da AxisMed:

1- Previna-se

Procure estar sempre em dia com as consultas médicas e os exames de rotina. Essa é uma das formas de prevenção que ajuda no diagnóstico precoce de doenças, permitindo um tratamento mais adequado.

2-Relaxe

Se você trabalha muito tempo sentado, o ideal é realizar uma pausa de cinco minutos duas vezes ao dia. O alongamento é essencial na prevenção de doenças musculares.

3-Alimente-se adequadamente

Procure seguir uma alimentação equilibrada rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais, carnes magras e leite desnatado. Fuja das frituras, excesso de sal e doces. Assim, é possível reduzir o risco do ganho de peso e vários problemas de saúde como diabetes e hipertensão.

4-Tenha equilíbrio

Lembre-se que o estresse é algo que pode ser evitado. Não deixe que problemas com os serviços influenciem no rendimento de seu trabalho. A principal cura para o mesmo está no modo como pensa e enxerga as dificuldades.

5-Descanse

Boas noites de sono também são extremamente importantes para uma vida mais saudável. Embora não esteja cansado, o sono é essencial para combater possíveis doenças que venham a surgir.

Fonte: Portal Carreira & Sucesso
Matéria publicada no Conselho Federal de Administração

Novas cédulas de R$ 2 e R$ 5 entram em circulação segunda-feira

Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – Começam a circular segunda-feira (29) as novas cédulas de R$ 2 e R$ 5 da segunda família do real. De acordo com comunicado divulgado hoje (26) pelo Banco Central, as notas trazem elementos adicionais de segurança, como a marca d'água e o número escondido, já presentes nas notas de R$ 50 e R$ 100 e de R$ 10 e R$ 20, lançadas respectivamente em 2010 e 2012.

As novas cédulas encerram o ciclo de substituições iniciado pela autoridade monetária em 2010. Naquele ano, foram divulgadas imagens dos seis novos modelos. As cédulas da segunda família do real trazem o valor da nota no canto superior direito.

A substituição das cédulas antigas pelas novas no dia a dia dos brasileiros será gradual, conforme as primeiras forem tiradas de circulação em função do desgaste natural.

Edição: Nádia Franco//Por estar incorreta, a informação de que, quando as novas cédulas são postas em movimento, os algarismos variam da cor azul para a verde e uma barra brilhante parece rolar sobre eles foi retirada do segundo parágrafo

Fonte:  Agência Brasil

Compra da casa própria pode reservar surpresas desagradáveis

A empolgação é a pior conselheira, e pesar todos os custos antes de fechar negócio ainda é a regra de ouro da boa compra

Marina Schmidt


ANTONIO PAZ/JC

As condições facilitadas que tornam atraente e viável a aquisição de um imóvel, funcionam muitas vezes como armadilhas que só serão notadas lá na frente, quando o mutuário perceber que pagou  até três vezes pelo valor acordado, conforme avaliação do advogado especialista em Direito Imobiliário Rodrigo Karpat. “Um imóvel que custa R$ 100 mil pode sair por R$ 250 mil ou R$ 300 mil”, contabiliza, considerando o valor final do financiamento. “Por mais que o País esteja passando por uma transformação e os custos para financiamento estejam em queda, eles ainda são caros”, orienta.

A reportagem do JC Contabilidade fez uma simulação no site da Caixa Econômica Federal para financiamento de um imóvel com preço de R$ 250 mil em Porto Alegre. As condições estimadas são para não correntistas do banco, com renda familiar de R$ 4 mil, idade 30 anos, sem uso do FGTS, com pagamento de entrada no valor de R$ 130.726,23 (52,29% do preço) e parcelamento em 420 meses (35 anos). O valor das parcelas é decrescente, de acordo com o Sistema de Amortização Constante (SAC), com a primeira prestação fixada em R$ 1.195,53, e a última em R$ 308,96. Ao final, o valor pago terá sido de R$ 327.412,37. Somando a entrada, o imóvel de R$ 250 mil terá custado R$ 458.183,60.

A diferença (de R$ 208.183,60) não chega a dobrar, mas representa mais de 83% do valor inicial, um incremento que vale a pena ser considerado na hora de negociar condições bancárias. “O cliente de financiamento desperta muito interesse, e o banco pode até topar reduzir os juros para fechar o negócio, que é muito atrativo para instituição bancária”, esclarece o presidente da Associação Brasileira dos Corretores de Empréstimo e Financiamento Imobiliário (Abracefi), Marcelo Prata. “É importante comparar e buscar mais de uma instituição financeira para fazer o financiamento”, sugere.

O financiamento, apesar da conta, não é um vilão. “As taxas de juros para essa modalidade nunca estiveram tão baixas”, avalia o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. “Hoje, é um dos custos de dinheiro mais baratos que se tem no mercado. Muita gente, às vezes, sacrifica-se para tentar quitar de uma vez o imóvel e acaba aderindo a operações bancárias mais onerosas, como o cartão de crédito. Nesse caso, não é um bom negócio se apertar e depois ter que recorrer a outras formas de capitalização”, pondera Prata, que sugere ao comprador uma análise financeira cuidadosa antes de aderir ao financiamento. “O momento é favorável para quem quer comprar imóvel, e a conta que o mutuário sempre tem que fazer é para que o financiamento caiba no orçamento dele. Não pode comprometer mais do que 30% do orçamento”.

 

Selic, TR e bolha imobiliária não preocupam mercado


A alta da taxa básica de juros, a Selic, fixada em 8,5% neste mês, tem reflexo pouco expressivo nas operações de crédito, conforme levantamento da Anefac, e não deve ser vista como um problema para o mercado imobiliário. “O impacto é pequeno e só se a Selic subisse muito seria preocupante, mas o panorama não indica isso”, avalia o diretor-executivo de estudos da instituição, Miguel Ribeiro de Oliveira.

“Com a Selic baixa, os bancos conseguem reduzir mais a taxa de juros nos financiamentos. O que muda nesse cenário de alta é que, talvez, o comprador encontre no banco menos apetite para reduzir taxas de juros”, avalia o presidente da Abracefi, Marcelo Prata. Para quem ainda está estudando o cenário para compra do imóvel, Prata sugere esperar mais um pouco para conferir como a Selic vai se comportar nos próximos meses.

“O que a gente tem acompanhado é que a Selic tem sido usada como forma de conter a inflação”, assegura sobre a perspectiva de estabilização e não de alta da taxa. “Mesmo no longo prazo, a mudança na Selic não deve causar muito impacto para os mutuários.”

Os juros para financiamento habitacional, em geral, vêm acompanhados de outra taxação, a Taxa Referencial (TR), que tem impacto inexpressivo para o comprador, mas que acompanhou a alta da Selic. “Nos primeiros seis meses do ano, a TR ficou zerada e, em julho, foi para 0,02%”, aponta Prata. “Há cinco anos, a TR era um problema e tinha um reajuste importante. Mas já há algum tempo ela tem se mantido próxima de zero. Só no mês passado teve um reajuste pequenino, mesmo assim, não a vejo como um problema”, corrobora Oliveira.

Já a valorização imobiliária, avalia Prata, segue em curva de crescimento, mas de forma moderada, sem risco de bolha. O presidente da Abracefi aponta que a média sustentável para o mercado é de alta em torno de 15%. O índice Fipe-Zap, que mede a variação, registrou aumentos de 44% em junho de 2011 para o Rio de Janeiro no acumulado do ano, e de 28,8% em junho de 2012 em São Paulo. Hoje, as médias estão mais amenas. Em Porto Alegre, de junho de 2012 a 2013, houve uma valorização de 13,8% (primeiro ano de consulta). A média nacional de valorização, para o mesmo período, foi de 11,6%.

 

Reajuste para compra na planta é diferenciado


Modalidade considerada atraente por muitos mutuários, a compra de imóvel na planta tem sido a opção para obtenção do imóvel. “A princípio vale a pena, porque, normalmente, o preço é mais interessante e se economiza de 30% a 40% se o comprador aderir três anos antes da entrega”, considera o advogado especialista em direito imobiliário Rodrigo Karpat. “O que acontece é que, se não tomar cuidado, o valor sai mais caro”, acrescenta. Karpat destaca que algumas taxas, consideradas ilegais, acabam sendo embutidas nos contratos, como kits de gás, de implantação, entre outros.

“Quem compra na planta tem uma característica diferente: assumiu com a construtora o compromisso, contrato que, durante o período de obras até a entrega da chave, ele vai pagando para a construtora”, ressalta Marcelo Prata, presidente da Abracefi. Diferentemente da TR, que pode alterar as prestações do financiamento habitacional, o saldo devedor para quem está pagando imóvel na planta, durante a construção, é reajustado pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), índice que, nas últimas duas apurações, teve elevação de 2,25% em maio e de 1,15% em junho. “O INCC sofre impacto da taxa de juros medida pela Selic, mas essa não é uma relação linear”, pontua o coordenador da pós-gradução em Negócios Imobiliários da Fundação Getulio Vargas, Kleber Luiz Zanchim. “A preocupação maior não é com a Selic, é com esse índice específico”, avalia.

O problema maior, ressalta Prata, é que o comprador nem sempre considera o reajuste pelo INCC na compra. “Quando o imóvel fica pronto, o mutuário percebe que o saldo devedor é diferente do que ele estava calculando”, afirma. A diferença é considerável lá na entrega das chaves, quando o comprador tem que optar por quitar o saldo devedor ou fazer o financiamento. O presidente da Abracefi salienta que, muitas vezes, o valor reajustado é tão considerável que pode inviabilizar o financiamento. “A média de reajuste pelo INCC é de 7% ao ano, por isso é importantíssimo que o comprador acompanhe o índice e peça à construtora as atualizações do saldo devedor”, orienta.
  Fonte: Rodrigo Karpat                                               AURACEBIO PEREIRA/ARTE/JC

Matéria publicada no Jornal do Comércio RS - Caderno de Contabilidade

sexta-feira, 26 de julho de 2013

7 dicas poderosas para empreender o próprio negócio

IBC

Empreender o próprio negócio é antes de tudo uma grande realização profissional e pessoal. Consiste em gerar novas ideias, serviços ou produtos, antecipar tendências, aproveitar oportunidades, criar ou aperfeiçoar modelos para atender novas ou velhas necessidades e transformar seus conhecimentos, talentos, paixões e habilidades numa empresa de sucesso.

Um bom empreendedor é também aquela pessoa disciplinada, determinada, proativa, persistente e que consegue notar uma oportunidade e fazer bom uso dela. Além de ser alguém criativo, que aceita desafios, que confia em si mesmo, deve ser capaz de coordenar pessoas, liderar e gerir os profissionais e saber lidar com pressões e situações inesperadas.

 A essência do empreendedorismo está em ter uma visão maior, que nos leva a enxergar além do que todos veem. Com isso, uma pessoa empreendedora consegue reconhecer oportunidades tanto para criar novos negócios, como para renovar um modelo antigo. Por isso, é necessário estar atento, pensar positivo e alimentar sempre seu espírito empreendedor.

Muitos profissionais sonham com isso, entretanto, não sabem ao certo como fazer para tornar este objetivo realidade.

Veja algumas dicas para criar, planejar, organizar, desenvolver e obter sucesso em sua empreitada:

Desenvolva sua Liderança – Para empreender é preciso assumir a postura de líder do seu negócio. Isso inclui tomar decisões, orientar seus profissionais e assumir a gestão do seu negócio.

Faça um Planejamento – O que você deseja alcançar com sua empreitada? O Sistema 5W2H é uma opção para começar a destrinchar as metas e objetivos do seu negócio e organizar as atividades que irão nortear seu empreendimento. 
Este por sua vez, consiste em sete perguntas: What – O que será feito? (quais etapas), Why – Por que será feito? (qual seu objetivo?), Where – Onde será feito? (local), When – Quando será feito? (mês, ano), Who – Por quem será feito? (você sozinho ou em sociedade com alguém?), How – Como será feito? e How Much – Quanto custará fazer? (Valor do investimento).

Contrate pessoas qualificadas – Tenha sempre em seus quadros profissionais capacitados, dedicados ao trabalho, comprometidos e valorize-os. Cerque-se ainda de pessoas em que possa confiar em sua ausência.

Ofereça produtos/ serviços de qualidade – Para sua empresa ser reconhecida no mercado é muito importante ter um padrão de qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Tenha sempre bastante atenção aos detalhes e a cada etapa do processo de produção até o atendimento ao cliente.

Tenha um Plano de Comunicação – “Quem não se comunica, se trumbica”, e como o mercado cada vez mais competitivo, traçar uma estratégia de marketing e comunicação é uma das melhores formas de atingir seus clientes e posicionar sua marca de forma eficiente no mercado.

Defina seu Processo de Vendas – Como se dará o processo de vendas? Terá parceiros, distribuidores, vendedores? Lojas físicas ou e- commerce? Quais serão os sistemas de pagamento?Tudo isso deve estar definido e organizado para que o processo de vendas seja efetivo.

Prime pela Excelência no Atendimento ao Cliente- Com certeza um dos fatores que fazem com que o cliente lembre-se do seu produto/serviço é a forma como você atende suas necessidades. Um bom atendimento aliado à qualidade de seu produto é o seu melhor cartão de visitas. Dê muita atenção também a este quesito.

Ouse ir além e seja um empreendedor, uma empreendedora de sucesso!

Para saber mais, acesse: www.ibccoaching.com.br.

Fonte: Matéria divulgada no site http://www.administradores.com.br/

Empresários repudiam veto à extinção de multa extra do FGTS

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

O veto da presidenta Dilma Rousseff ao projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, no último dia 3, que extinguia a multa extra de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para demissões sem justa causa foi repudiado por várias entidades empresariais e sindicais. O veto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (25).

A contribuição adicional de 10% foi incorporada à multa de 40% do FGTS para funcionários demitidos sem justa causa em 2001, devendo ser paga pelo empregador ao governo e não ao empregado. A contribuição extra foi criada para ajudar a corrigir o desequilíbrio existente entre a correção dos saldos das contas individuais do FGTS, resultante dos planos Verão e Collor 1, e o patrimônio do fundo. A lei, entretanto, não estabeleceu prazo para o fim da cobrança dos 10%, nem o vinculou à solução do desequilíbrio do fundo.

Em nota conjunta, os sindicatos das Empresas de Asseio e Conservação do Distrito Federal e das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal asseguraram que “não é justo que o empresariado brasileiro seja onerado ainda mais do que com as contribuições já previstas em lei”.
As duas entidades lembraram que as contas do FGTS foram reequilibradas em julho de 2012, de acordo com cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e que as parcelas recolhidas de forma indevida desde então ultrapassam R$ 2,7 bilhões. “Diante disso, fazemos um apelo ao Congresso Nacional que haja com justiça e derrube o veto da presidente, permitindo a manutenção de milhões de empregos”, diz a nota.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a manutenção da multa extra de 10% do FGTS “está na contramão do compromisso do governo federal de incentivar a competitividade e reduzir a carga tributária do Brasil. Hoje, a carga consome 37% das riquezas aqui produzidas”. Na avaliação da entidade, o veto da presidenta Dilma acaba oficializando uma cobrança que foi instituída em caráter provisório há 12 anos, “com finalidade específica que já foi atingida. Oficializa também uma despesa extra para as empresas brasileiras de aproximadamente R$ 4 bilhões por ano”.

A Firjan disse entender a necessidade de as contas públicas se equilibrarem, mas defende que isso ocorra por meio do corte de despesas correntes, “e não pelo aumento de impostos”. Classificou de “incoerência” a decisão do governo federal de manter a contribuição extra e que espera que “a decisão acertada do Legislativo seja a que prevaleça, ao final”.

Procuradas pela Agência Brasil, a CNI, bem como as federações das indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e da Bahia (Fieb), não quiseram comentar o veto da presidenta. O presidente do Conselho de Relações de Trabalho da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, disse que avalia o veto “da pior forma possível”.

Para o empresário, o veto representa uma contradição, na prática, do que o governo prega. “Porque ela [presidenta] diz que está tirando os encargos da folha de pagamento e, por outro lado, veta um projeto de lei, uma cobrança que, no nosso entendimento, é imoral, porque foi uma lei feita provisoriamente, com a finalidade específica de pagar expurgos”.

Abreu reiterou que os expurgos foram pagos há mais de um ano. “E o governo está, no meu entendimento, se locupletando [enriquecendo] com o dinheiro, indevidamente, tirando dinheiro das empresas e dos investimentos”. Ele acredita que, “no mínimo, alguém lá [no governo] está precisando trocar de oftalmologista, porque está sofrendo de miopia. Não entende o alcance do que está fazendo”. Osmani Teixeira de Abreu avaliou que as federações das indústrias do país devem tomar alguma iniciativa contra o veto da presidenta da República em conjunto, por meio da CNI.

Edição: Beto Coura

Regra contábil vira o jogo para endividadas

O anúncio não dizia respeito a descoberta de uma super-reserva de petróleo, nem um aumento nos preços dos combustíveis.
 

Natalia Viri


Um comunicado divulgado há duas semanas mudou drasticamente as perspectivas para o balanço da Petrobras. Da noite para o dia, as projeções de lucro no segundo trimestre subiram para R$ 5 bilhões, contra a expectativa anterior de que a empresa fechasse o período no zero a zero, sem lucro nem prejuízo. 

O anúncio não dizia respeito a descoberta de uma super-reserva de petróleo, nem um aumento nos preços dos combustíveis. Tratava-se apenas de uma mudança nas regras contábeis adotadas pela companhia que, sozinha, tem o poder de tirar cerca de R$ 7 bilhões em perdas financeiras esperadas para o segundo trimestre. 

Na quarta-feira, foi a vez da Braskem adotar o mesmo dispositivo da Petrobras. Numa tacada só, o J.P. Morgan revisou a perspectiva para as perdas da companhia no segundo trimestre, de R$ 1,2 bilhão para R$ 200 milhões e afirmou que a empresa vai começar a distribuir dividendos neste ano. A petroquímica é uma das coligadas da estatal, que tem uma participação de 36% no capital. 

O "sumiço" repentino de uma cifra bilionária das demonstrações de resultados trouxe diversas críticas sobre o viés político da decisão. Com lucro maior no curto prazo, os dividendos também aumentam, beneficiando o governo, na posição de controlador da Petrobras, o que fez com que as palavras "manobra contábil" e "contabilidade criativa" se multiplicassem nos relatórios de análise de diversos bancos. 

Mas apesar do efeito bastante conveniente para os acionistas no curto prazo, especialistas ouvidos pelo Valor garantem que não há nenhum passe de mágica ou truque na medida. O que a Petrobras fez foi adotar um dispositivo previsto pelo pronunciamento contábil 38 (CPC 38) e ainda pouco conhecido, que rege a chamada "contabilidade de hedge". O intuito é reduzir o sobe-e-desce na última linha do balanço e trazer um retrato mais claro da situação operacional da companhia nas demonstrações de resultados. 

Petrobras e Braskem vão utilizar parte da variação cambial sobre sua dívida em moeda estrangeira como "proteção" para uma eventual queda do câmbio em uma fatia de suas receitas previstas com exportação. Sem a contabilidade de hedge, toda a dívida em moeda americana é corrigida pela cotação do dólar: a diferença é contabilizada como ganho ou perda financeira, ainda que a maior parte desse passivo vencerá apenas no longo prazo. 

Com o mecanismo, a variação cambial sobre parte dessa dívida é "reservada" numa conta no patrimônio líquido e só passa para a demonstração de resultados quando a receita que serve como contrapartida é faturada. A Petrobras se inspirou na fabricante de alimentos BRF, única empresa de grande porte adotar o mecanismo que contrapõe dívidas a exportações no país. Segundo apurou o Valor , técnicos da estatal consultaram a equipe financeira da companhia para entender melhor o modelo. 

O CPC 38 prevê diversas situações em que instrumentos de hedge podem contar com uma contabilização especial. Mas, na maioria dos casos, esses instrumentos envolvem derivativos. A única exceção, que permite a utilização de um não derivativo, é para a proteção de um risco cambial. "As empresas estão mais acostumadas a utilizar o CPC 38 para contabilizar derivativos. Poucas ainda sabem ou tem segurança para utilizar o dispositivo que autoriza o uso de dívida", afirma César Ramos, autor do livro "Derivativos, riscos e estratégias de hedge" e consultor de companhia que adotaram a prática, como a própria BRF. 

Com o modelo, tanto Petrobras quanto Braskem se protegem de uma eventual queda do dólar sobre a receita com exportações. Na prática, o que as empresas fizeram foi "garantir" parte de sua receita operacional no câmbio de maio - quando o dólar Ptax estava próximo dos R$ 2 -, quando a operação foi designada. 

Num exemplo hipotético (ver esquema ao lado), a empresa tem US$ 1 milhão em dívidas em dólar e US$ 1 milhão em receitas com exportação a ser faturadas. Se o câmbio for a R$ 1,50, o "ganho" de R$ 500 mil com a variação cambial sobre a dívida fica reservado no patrimônio líquido. Quando a exportação for faturada, caso o câmbio se mantenha nesse patamar, trará uma receita de R$ 1,5 milhão - menor que a esperada em maio, portanto. A variação cambial sobre a dívida, que estava reservada no patrimônio, no entanto, entra como um ganho na receita operacional, que, no fim das contas, fica em R$ 2 milhões - travada, portanto, no câmbio inicial de R$ 2. 

Apesar da segurança de que parte da receita virá no câmbio esperado e da redução da instabilidade, a estratégia é mais bem-sucedida em termos de efeito no lucro no caso de queda no câmbio. Isso porque ambas as companhias também tem custos em dólar, que não estão envolvidos na operação. 

Se o dólar cair, a receita ficará travada em R$ 2 milhões, enquanto os custos serão contabilizados com a moeda americana mais barata. O resultado é um número maior na última linha do balanço. Na contramão, no caso de alta do dólar, o lucro contábil tende a diminuir, já que os custos serão contabilizados por um câmbio maior do que parte da receita. 

Em sua estratégia, a Petrobras utilizará 70% de sua dívida para proteger 20% de suas receitas com exportação dos próximos sete anos. Fontes consultadas pela reportagem afirmaram que, apesar de dentro da regra, o prazo é "ambicioso". "O normal é que as empresa tracem essa operação para um horizonte de seis meses até dois anos", disse um interlocutor. Ele reconhece, no entanto, que, com um horizonte maior para as exportações, é possível envolver uma parte maior da dívida na operação - o que tira uma fatia maior das perdas financeiras da demonstração de resultados e melhora o lucro. Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar. A Braskem ainda não divulgou os percentuais envolvidos em sua estratégia.
 
Política de gestão de riscos fraca explica baixa utilização
 
A falta de uma política de gestão de riscos e controles internos adequados é o principal empecilho para uma adoção mais ampla da contabilidade de hedge no Brasil, afirmam especialistas. Apesar do benefício claro com a redução do "efeito sanfona" no lucro líquido, a utilização da norma ainda engatinha entre as empresas não financeiras. 

Diversas companhias, inclusive a Braskem e a Petrobras, já adotam o mecanismo para minimizar a oscilação causada por alguns derivativos que protegem contratos de câmbio, juros e commodities. Mas a utilização ainda é considerada tímida quando comparada com a Europa e os Estados Unidos. 

"A contabilidade de hedge é opcional, mas a empresa não adota só porque quer. Pelas regras, é como se tivesse que fazer por merecer", afirma Fernando Galdi, professor da Fipecafi e da Fucape. A adoção da medida implica uma documentação rígida da estratégia adotada e dos riscos assumidos. E nem sempre as empresas tem rotinas preparadas para fazer frente à essa exigência. 

Segundo o consultor César Ramos, na maior parte das vezes, há necessidade de estabelecimento de novas rotinas de controles internos - o que, em um implica em novos custos, que nem as companhias nem sempre estão dispostas a assumir. "O problema é que a maior parte das empresas ainda tem dificuldade em enxergar o retorno desse investimento", ressalta. 

Desde a crise de 2008, quando diversas empresas tiveram perdas bilionárias com derivativos, o aprimoramento da gestão de riscos é considerado um ponto crucial para as companhias abertas brasileiras. "Hoje, muitas empresas se limitam a fazer uma descrição burocrática de como elas lidam com os riscos, apenas para atender aos itens que são exigidos nas divulgações por parte do regulador. A contabilidade de hedge exige que essa política seja mais pragmática e próxima das decisões práticas", explica Galdi, da Fipecafi. 

Entre a longa documentação exigida pela contabilidade de hedge, está o estabelecimento de rotinas de avaliação de riscos e limites de exposição a determinados instrumentos financeiros, além de testes de eficácia da estratégia adotada, tanto de forma retroativa quanto de forma prospectiva. A empresa pode deixar de adotar a prática, mas tem de documentar para auditores e para o regulador que a decisão foi tomada olhando-se para a frente, e não ao sabor das oscilações do mercado. 

Aos poucos, no entanto, o interesse pela medida tem aumentado. De acordo com Rogério Lopes Mota, sócio de auditoria da Deloitte, em momentos de maior instabilidade do mercado, como o atual, a demanda de clientes por esclarecimentos em relação à contabilidade de hedge cresce. 

E a adoção mais agressiva por empresas de grande porte e visibilidade, como a Petrobras tende a colocar a prática nos holofotes. "Nossa experiência mostra que a adoção de práticas contábeis por empresas que tem mais visibilidade costuma ser uma espécie de guia para o mercado", diz o auditor. 

Galdi, da Fipecafi, também afirma que a procura por seus cursos sobre o assunto tem crescido nos últimos anos e atraído um público mais diverso, para além das áreas de controladoria. Uma circular do Banco Central autorizou a contabilidade de hedge para instituições financeiras em 2002. Mas para as empresas não financeiras, a norma só passou a valer em 2009, dez anos após de ter chegado aos Estados Unidos. "Nos primeiros anos após a circular, pouquíssimas empresas a utilizavam. Hoje, a adesão entre bancos é comum. O mesmo tende a acontecer para empresas não financeiras", afirma.

Fonte: Valor Econômico
Matéria divulgada no site http://www.contadores.cnt.br/

terça-feira, 23 de julho de 2013

10 mandamentos para o sucesso nas entrevistas

Levantamento do PageGroup oferece dicas para ajudar o profissional a se preparar para as entrevistas

 

Dan Bannister / Shutterstock

A consultoria PageGroup realizou uma pesquisa sobre o cotidiano das entrevistas de emprego e preparou dicas com o objetivo de desmistificar o que acontece em uma entrevista de emprego e auxiliar na preparação dos candidatos.

“Não importa a fase da carreira do candidato. A entrevista nunca deixará de existir e será sempre fundamental no processo de escolha. Por mais qualificado que seja o currículo, muitos candidatos tropeçam nas entrevistas por falta de preparo”, afirma Sergio Sabino, diretor de marketing do Page Group para a América Latina.

Confira aos 10 mandamentos para se obter sucesso em uma entrevista de emprego, trazidos pelo levantamento da consultoria. As dicas são divididas em 3 partes: antes, durante e depois da entrevista. Confira:

 

Antes da entrevista


1. Pesquise: descubra o maior número de informações  sobre o seu provável empregador antecipadamente. O website da empresa deve ser seu ponto de partida.  Familiarize-se com sua missão, desempenho passado, objetivos futuros e atuais avaliações dos analistas. Converse com algum conhecido que trabalhou na organização.

2. Familiarize-se com seu CV e esteja preparado para responder perguntas sobre ele. Ao mesmo tempo, certifique-se que você tenha lido a descrição da vaga cuidadosamente e pense em como sua experiência beneficiaria seu empregador em potencial.

3. Prepare seu kit de entrevistas: certificados, referências, cópia do anúncio e uma lista de questões, como:
• Quais serão as minhas responsabilidades?
• Qual foi o motivo da abertura da vaga?
• Como minha performance será avaliada?
• De que forma a função se encaixa na estrutura
 do departamento?
• Que incentivo é dado para treinamentos adicionais?
• Quem são seus clientes?
• Qual o rumo da empresa? Quais os planos
de crescimento?
• Qual é o próximo passo?

4. Prepare-se antecipadamente para questões comuns, tais como:

• Fale-me a seu respeito.
• Quais foram suas conquistas até agora?
• Você está satisfeito com sua carreira até agora?
• Fale-me sobre a situação mais difícil que você  já enfrentou e como lidou com ela.
• Do que você não gosta na sua função atual?
• Quais são seus pontos fortes/fracos?
• Que tipo de decisão você acha mais difícil tomar?
• Por que você quer deixar seu empregador atual?

 

Durante a entrevista:


5. Boa linguagem corporal. Cumprimente seu entrevistador em pé, com um firme e forte aperto de mão e um sorriso. Sente-se ereto, com os dois pés no chão. Fale de maneira clara e confiante. Procure manter um nível confortável de contato visual durante a entrevista.

6. Uma entrevista padrão geralmente começa com um bate-papo introdutório, passando para questões específicas, de sua aplicação até sua experiência. Informações gerais sobre a empresa e a função podem vir em seguida. No final, há um espaço para a realização de perguntas.

7. Ouça o que está sendo perguntado. Pense sobre suas respostas para as perguntas mais difíceis e não dê detalhes irrelevantes. Dê exemplos positivos de sua experiência até o momento, mas seja conciso. Contudo, evite dar respostas muito curtas, com uma única palavra.

8. Esteja preparado para fazer perguntas que já tenha elaborado de antemão. Isso demonstra que você refletiu sobre a função e pesquisou sobre a organização. Certifique-se que sejam questões abertas. Isso encoraja o entrevistador a fornecer informações adicionais.

9. Mostre seu entusiasmo pela função, mesmo que você tenha algumas reservas. Estas podem ser discutidas em uma etapa posterior.

Depois da entrevista:

10. Escreva um breve resumo da entrevista enquanto ela ainda está fresca em sua mente. Anote as áreas em que você sentiu que foi bem, assim como quaisquer questões difíceis de responder. Busque conselhos para dar um feedback construtivo ao consultor em todas as fases do processo de recrutamento. Contate seu consultor e dê um feedback. Ele precisa conhecer seus pontos de vista sobre a entrevista e a função antes de contatar o empregador.