Medida será o embrião de projeto para criar um sistema de livre comércio para pequenas companhias
Fonte: Assessoria de Comunicação do IBPT
O ministro-chefe da
Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República,
Guilherme Afif Domingos, disse durante palestra promovida pela Câmara
Portuguesa, em São Paulo, que o governo federal vai criar um portal
chamado Empresa Simples para desburocratizar o trâmite de abertura
encerramento de empresas, que passarão a ter um registro no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) com validade nacional, em
substituição aos demais números de inscrição estadual e municipal.
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) trabalhará nos
próximos seis meses para unificar as informações de todas as juntas
comerciais do País, que passarão a ser o único órgão a receber os
diversos pedidos de licenciamento necessários para o funcionamento de
uma companhia, como os ambientais e sanitários. Segundo Afif, 90% das
solicitações de novas empresas vêm de empreendimentos cuja atividade
oferece baixo risco. Essa primeira averiguação será feita no portal,
mediante o preenchimento de um questionário bastante simplificado.
“Se a empresa informar que é de baixo risco, será autorizada a
funcionar na hora, depois será feita a fiscalização”, garantiu Afif.
“Por causa de 5% de malfeitores, não podemos punir os 95% de honestos.”
Segundo o ministro, medidas como essa evitarão situações como as vividas
na capital paulista, onde 80% dos estabelecimentos funcionam sem
alvará, o que dá margem a uma série de problemas, tanto de segurança
quanto de corrupção.
O mesmo ocorrerá no fechamento de empresas, cuja baixa será dada
instantaneamente pela junta comercial. Todos os sócios de uma empresa
passarão a ser obrigados a ter uma assinatura digital, a fim de
facilitar as trocas de dados no portal e nas juntas comerciais. “Isso
também barateará o custo dos procedimentos bancários e, por
consequência, os financiamentos”, previu Afif.
Após os seis meses para o Serpro integrar todos esses procedimentos, o
ministro crê que seja necessário mais um semestre até que o portal
funcione de forma azeitada, quando se tornará um catálogo de 7 milhões
de empresas, subdivididas por porte de faturamento e por ramo com
características em linguagem padronizada. Aí será posto em prática um
segundo projeto: a negociação de um sistema de livre comércio para
pequenas e médias empresas com países da América Latina, do Caribe, da
África lusófona, de Portugal e da Espanha.
Hoje, as empresas enquadradas no Simples têm um teto de faturamento
anual bruto de 3,6 milhões de reais. Se exportarem, esse limite dobra
para 7,2 milhões. Mas nem todas as atividades são beneficiadas por esse
regime especial de arrecadação. Afif disse que sua pasta se empenhará
para mudar isso e fazer com que todas as companhias possam optar pelo
Simples a partir de sua receita anual, independentemente do ramo de
atuação.
Como as pequenas empresas não têm estrutura logística para exportar e
importar, continuou o ministro, poderiam usar os programas oferecidos
pelos Correios ou até organizar um operador logístico para compartilhar
os recursos necessários ao ingresso no comércio exterior.
Afif sabe, no entanto, que ainda tem muito caminho pela frente para
vencer os obstáculos burocráticos entranhados no País e concretizar os
dois projetos. Ele teve um exemplo na própria constituição da secretaria
sob a sua responsabilidade: “Fui tirar o CNPJ do ministério e me
exigiram reconhecimento de firma e outras 11 declarações porque meu
domicílio é São Paulo, e não Brasília”.
Edição: Costábile Nicoletta
Foto: Wilson Dias/ABr
Assessoria de Comunicação do IBPT
Matéria divulgada no site do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
Matéria divulgada no site do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
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