Agência Brasil
A redução da pobreza na
América Latina e no Caribe, nos últimos dez anos, fez com que a classe
média incorporasse 30% da população da região, equivalente a 49 milhões
de pessoas, entre 2003 e 2009, segundo dados de relatório divulgado
nesta terça-feira (13) pelo Banco Mundial (Bird) sobre mobilidade
econômica e ascensão da classe média na América Latina.
Os
números do Bird revelam que a classe média na região somava 103 milhões
de pessoas em 2003, e seis anos depois contava 152 milhões. Uma
expansão, portanto, de 50% nesse estrato social. Em contrapartida, o
percentual de pobres na região caiu de 44% para 30% da população, no
mesmo período. Entre os países com melhor desempenho está o Brasil, de
acordo com o Bird.
De
acordo com o relatório do Bird, divulgado no auditório do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, 40% da ascensão social
ocorreram no Brasil, onde a classe média representa hoje em torno de um
terço da população. Dado diferente da estimativa do governo brasileiro,
que aponta 53% dos 190,7 milhões na classe média.
O
relatório ressalta, no entanto, que apesar de grande número de famílias
ter emergido da pobreza nos últimos anos, uma proporção elevada
(aproximadamente 38 % da população da região) ainda apresenta grau
elevado de vulnerabilidade e enfrenta o risco de cair novamente na
pobreza, caso ocorra uma piora no ambiente macroeconômico nacional ou
internacional.
Para
o Bird, a redução da pobreza e a expansão da classe média na região
avançaram em ritmo muito lento, durante décadas, porque o baixo
crescimento e a persistente desigualdade detiveram o progresso. Nos
últimos dez anos, no entanto, a renda dos mais pobres teve significativa
melhora, devido a mudanças nas políticas governamentais, que
enfatizaram a criação de programas sociais e a estabilidade
macroeconômica.
Fonte: Matéria divulgada no Jornal do Comércio RS
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