Agência Estado
Yoshikazu TSUNO/ AFP/ JC
Da China, houve aumento de importações de itens
como bens de capital e componentes de produtos
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O saldo positivo ajudou pouco no resultado acumulado do ano. Até agora, o volume de US$ 17,4 bilhões é 31% menor do que o do mesmo período do ano passado. Sem enfrentar crises, 2011 foi um ano de saldo recorde de US$ 29,8 bilhões. A consolidação chinesa como principal parceira comercial do Brasil começou a ficar clara no início do ano, com o aumento consistente de suas vendas para o País. Para a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, faltando dois meses para o fim do ano, agora já se pode afirmar com mais segurança que a liderança caberá à China.
De janeiro a outubro, o Brasil comprou US$ 28,7 bilhões do gigante asiático contra US$ 26,8 bilhões dos Estados Unidos. "Houve redução das importações dos Estados Unidos combinada com aumento das importações da China", explicou Tatiana. Entre os produtos que o Brasil deixou de comprar dos americanos estão hulha, um carvão que se usa em fornos industriais, e algodão. Já da China, houve aumento de importações de itens como bens de capital e componentes de produtos.
Do lado das vendas nacionais, vale destacar uma forte queda de 25% verificada no mês passado tanto para a China quanto para a Argentina. A secretária explicou que, no caso da China, o resultado foi influenciado pela retração das exportações de minério de ferro com a queda de 41% do preço em outubro em comparação a igual período de 2011.
Sobre a Argentina, a avaliação é que a crise externa somada a problemas econômicos do país tenham diminuído a demanda por produtos brasileiros, sobretudo veículos. "Seguimos monitorando o comércio bilateral com a Argentina com atenção", disse Tatiana. Os países se reúnem na semana que vem para tratar do tema. O resultado geral da balança comercial de outubro foi marcado por uma queda de 7,6% no volume de compras, mas, principalmente, da retração de 10,6% das vendas. As importações somaram US$ 20,1 bilhões contra US$ 21,7 bilhões das exportações.
A maior influência negativa sobre o desempenho das vendas brasileiras no período foi do petróleo, que desabou 58,8% no mês passado, para US$ 794 milhões. "Consultamos a Petrobrás e o que nos disseram é que a queda nas exportações é resultado da produção nacional menor e de um crescimento dos volumes de processamento de óleo nacional nas refinarias do Brasil", disse Tatiana. De janeiro a outubro, as vendas de petróleo registraram recuo de 7,3% em relação aos primeiros dez meses de 2011. A redução é consequência mesmo da diminuição (-9,3%) das vendas, já que o preço subiu 3,2% no período.
Matéria publicada no Jornal do Comércio RS
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