A principal preocupação das empresas familiares brasileiras
no próximo ano é a dificuldade de recrutar mão-de-obra qualificada e
inovar
No Brasil, 77% das empresas
familiares registraram crescimento nos últimos 12 meses, enquanto
globalmente esse percentual foi de 65%, é o que revela a pesquisa “PwC
Family Business Survey 2012”, realizada pela PwC em todo o mundo. O
estudo aponta que 18% das companhias entrevistadas no país visam crescer
de forma rápida e agressiva nos próximos cinco anos, enquanto no mundo
este índice é de 12%.
“As empresas familiares brasileiras
tiveram desempenho melhor do que as companhias pares no mundo. O estudo
aponta que a tendência é de crescimento no futuro: entre os que almejam
crescer, 96% estão confiantes que vão alcançá-lo”, destaca Carlos
Mendonça, sócio da PwC Brasil e líder de serviços de consultoria para
pequenas e médias empresas.
O principal desafio para alcançar este
crescimento, pontua Carlos Mendonça, é a inovação e atração de talentos.
A dificuldade de recrutar mão-de-obra qualificada, por exemplo, é
apontada por 45% das companhias como a principal demanda interna nos
próximos 12 meses – há dois anos, 63% das empresas no país apontaram
essa dificuldade. Outros pontos de atenção mencionados foram
reorganização interna (27%); fluxo de caixa e custos (25%); e
desenvolvimento de produtos (24%). Externamente, os fatores que mais
trarão desafios para as empresas no próximo ano são as condições de
mercado (68%), competitividade (43%) - tanto em preço quanto em número
de competidores - e as políticas governamentais/regulamentações (32%).
O estudo também buscou mapear as
expectativas com relação às exportações e mostra que as empresas
familiares também esperam um aumento nas exportações nos próximos anos,
mas, neste ponto, o crescimento esperado está abaixo da média mundial.
“Sobre novos mercados, as empresas familiares no Brasil pensam em
expandir as exportações no continente americano (63%) e para a Ásia/
Pacífico (26%)”, destaca. Já no processo de internacionalização,
competitividade e recrutamento ocupam as primeiras posições nos desafios
centrais nos próximos cinco anos, mencionados por 35% e 32% das
companhias.
Vantagens e desvantagens - As
empresas geridas por famílias no Brasil apontam algumas vantagens
competitivas sobre aquelas que não o são, como agilidade e velocidade na
tomada de decisões, continuidade e habilidade para visões de longo
prazo e manutenção de valores. Por outro lado, sucessão, conflitos
familiares e disputas estão entre os fatores de maior desvantagem.
“A pesquisa também revela que as
empresas não estão convencidas de que o governo reconhece a importância
de negócios deste tipo. Há um sentimento de que é preciso fazer mais,
como melhorar o acesso ao capital para investimento e aspectos como
exportação e governança corporativa”, destaca Carlos Mendonça. Outro
ponto que merece destaque é relativo a sucessão, as famílias consideram
passar o negócio para a próxima geração, mas no Brasil, uma grande parte
(59% versus 25% globalmente) pensam em transferir a ‘propriedade’, mas
não a gestão dos negócios.
Para o estudo, a PwC consultou, entre
junho e agosto deste ano, quase 2 mil executivos de 28 países,
localizados na Europa, Oriente Médio, Américas e Ásia-Pacífico. No
Brasil, foram consultadas 100 empresas familiares. O estudo completo,
com gráficos de apoio, está disponível no site http://www.pwc.com/gx/en/pwc-family-business-survey/index.jhtml
Fonte: PwC
Matéria publicada no site do Conselho Federal de Administração
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