Contadores recomendam que é preciso priorizar a realização de procedimentos médicos e os investimentos em previdência privada
Roberta Mello
JOÃO MATTOS/JC
Restituição pode demorar até um
ano para chegar, lembra Ana Paula
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A advogada e contadora Ana Paula Queiroz, da
Moresco Contabilidade, lembra que, mesmo que o cidadão não caia na malha
fina da Receita, a restituição pode demorar até um ano para chegar ao
bolso do contribuinte, logo, “as deduções podem ser uma boa maneira de
ter parte do dinheiro investido diretamente em si mesmo ou na família”.
Os
planos de previdência privada também são uma boa alternativa para
redução do valor do imposto devido, porém, nesse caso, há um limite
legal de dedução - até 12% dos rendimentos tributáveis. “Temos o Plano
Gerador de Benefício Livre (PGBL), que pode ser deduzido, porém, é
importante mencionar que, no momento do resgate, incidirá Imposto de
Renda sobre o valor aplicado acrescido do rendimento. Ao contrário do
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que não é dedutível, mas, no
momento do resgate, incidirá imposto apenas sobre o seu rendimento”,
alerta o contador da Fortus Consultoria Evanir Aguiar.
Ana Paula
indica ainda que os contribuintes analisem a forma de declaração que
vale mais a pena, quais despesas podem ser abatidas e, no caso de
declarações com dependentes, qual declarante tem mais vantagens com a
dedução. “Atualmente, até mesmo os tratamentos de fertilização ou
fecundação podem ser deduzidos dos homens por se acreditar que o
dependente é responsabilidade dos dois”, pontua, indicando uma análise
criteriosa de como tirar proveito das opções oferecidas pela Receita
Federal.
Apesar de ainda dar tempo de investir nos gastos
dedutíveis, o planejamento durante o ano inteiro ainda é a melhor forma
de garantir o preenchimento correto do Imposto de Renda e o pagamento
justo do tributo. Preocupado em guardar os documentos desde que começou a
fazer a Declaração do Imposto de Renda (Dirpf), João Otto Klepzig
organiza em uma pasta todos os comprovantes de pagamento de honorários
médicos e do seu seguro saúde, além dos recibos salariais, dividindo-os
por assunto. O aposentado faz questão de conferir se todos os documentos
foram preenchidos adequadamente para não ter problemas com o fisco,
sempre olhando “se tem carimbo do médico, endereço e outros dados de
identificação, para evitar que mais tarde os papéis sejam devolvidos por
falta de informações”.
Klepzig também aproveita a possibilidade
de dedução do Imposto de Renda para fazer doações a instituições
beneficentes. O repasse de parte do valor total a projetos e
instituições beneficentes de âmbito federal, estadual ou municipal é
recomendado àqueles que certamente terão de acertar as contas com o
fisco.
O pagamento é feito por meio de um Documento de
Arrecadação de Receitas Federais (Darf), gerado no próprio programa do
Imposto de Renda. Aqueles que não quiserem ultrapassar o limite de até
6% do Imposto de Renda para doações podem reunir agora todos os
documentos e fazer uma projeção de quanto será pago, realizando a doação
sobre o saldo parcial.
A Lei Rouanet, de âmbito nacional, é a
mais conhecida regulamentação de doações a atividades artísticas,
culturais e sociais. Em Porto Alegre, o Funcriança disponibiliza em seu
site a listagem completa dos projetos aprovados e aptos a receber as
verbas. O donativo também pode ser feito no momento de preenchimento da
declaração, porém, a taxa dedutível cai para 3%.
Arrecadação com receitas extraordinárias será recorde, afirma Receita
A
Receita Federal (RF) informou que a a arrecadação com receitas
extraordinárias será recorde neste ano. Até novembro, essas receitas já
somaram R$ 24,376 bilhões, próximo, portanto, do recorde anterior, de
2009 (R$ 24,934 bilhões). A expectativa da Receita é que esse valor seja
superado com a entrada de mais recursos extraordinários em dezembro.
A
maior parte da arrecadação extraordinária de 2013 veio da recuperação
de impostos atrasados. Os três programas especiais de pagamento de
dívidas tributárias lançados neste ano pela União já renderam R$ 20,376
bilhões. O número divulgado ficou de acordo com o que o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, havia estimado na quinta-feira, dia 5. Um desses
programas, porém, só se encerra em dezembro, o que permite que mais
empresas adiram às condições especiais e paguem seus débitos.
Além
desses recursos, a Receita já havia arrecadado, também
extraordinariamente, R$ 4 bilhões. Desse total, R$ 3 bilhões foram
recolhidos com impostos sobre os ganhos da BB Seguridade com vendas de
ações na bolsa de valores. O outro R$ 1 bilhão foi obtido com o depósito
judicial de uma empresa que questiona cobrança de tributos na Justiça.
Fonte: Jornal do Comércio RS
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